terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Outro cara de pau

Está virando moda, agora é o Joel Fonseca quem escreve que, na ausência de autocontenção, cabe ao Congresso conter os "excessos" do STF. Malandramente, o Joelzinho  da Folha e da GloboNews chega a citar quatro colunistas que tocaram recentemente no mesmo tema, mas sem destacar as diferenças entre eles.

Malu Gaspar e Pablo Ortellado, globistas como Joel, querem que a censura e as injustiças terminem daqui pra frente, sem eliminar barbaridades como a condenação de Bolsonaro pelo falso golpe. Pelo contrário, eles chegam a dizer que aqueles "excessos" foram benéficos porque sem eles não haveria como condenar seu inimigo político.

Lygia Maria, de quem falamos ontem, apontou o absurdo e a canalhice dessa posição. E Fernando Schuler, que publicou seu artigo no Estadão, foi ainda mais enfático ao recordar que a cumplicidade do Consórcio foi decisiva para que os "excessos" pudessem ter chegado tão longe.

Ao não diferenciá-los adequadamente, Joelzinho já indica que está do lado dos dois primeiros, mas quer dourar a pílula melhor que eles. Pode ser só uma posição pessoal, mas também pode ser uma ordem dos patrões ao perceberem que as confissões cruas de Malu e Pablo não caíram muito bem.

Assim, o cara de pau reclama de não ter visto um "argumento decisivo" para dizer que os "golpistas" não seriam condenados sem os abusos e vai desviando o assunto como pode. Sobre temas como o processo tocado em tempo record e a ausência de qualquer tentativa armada de tomar o poder, por exemplo, ele nada comenta. 

Do mesmo modo, ao invés de lembrar que os acusados deveriam ser julgados por um juiz separado da acusação, em primeira instância e com direito a recorrer, Joel argumenta que não fez diferença julgá-los na primeira turma porque eles seriam igualmente condenados pela totalidade do STF.

Ele ainda reclama que os condenados pelo 8 de janeiro pegaram penas mais duras que as dos "supostos mandantes" daquele movimento. Mas passa longe de assinalar que um protesto de pessoas desarmadas jamais poderia ser tratado como golpe de Estado e não havia nenhuma subordinação daquelas pessoas aos tais "mandantes".

O que todos criticam é a censura das redes pelo STF. Lygia e Fernando sempre criticaram. Malu, Pablo e Joelzinho mudaram agora; mesmo que a censura seja um ponto central para o bolivarianismo petista e o globalismo, parece que a chefia mandou maneirar as coisas por enquanto.

Opinião 

Acho que o pessoal está sentindo que a pressão do Trump pode ficar mais forte e decidiu caminhar para uma proposta (explícita ou não) em que cede no caso da censura e das constantes perseguições a nomes de direita, mas tenta manter a condenação ou pelo menos a exclusão de Bolsonaro.


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