segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

O golpismo imaginário

Na semana passada, colunistas de O Globo defenderam que o arbítrio e a censura do STF devem acabar porque o "golpismo" de Bolsonaro já foi condenado. Criticando-os na Folha de hoje, Lygia Maria lembra que não pode haver justiça com exceções contra quem você não gosta e os abusos começaram muito antes das eleições de 2022.

Eles vêm desde o Inquérito das Fake News, aberto assim que Bolsonaro assumiu em 2019 e no qual podia (e pode) ser incluída qualquer coisa. Depois tivemos episódios grotescos como a censura "que é inaceitável, mas será aceita desta vez" da Carmen Lúcia, as mesclas de vítima com juiz etc.

Lygia não escreveu, mas tudo isso demonstra que os inimigos da mudança representada por Bolsonaro são os verdadeiros antidemocratas que tentaram derrubá-lo desde o primeiro instante e para tal não se constrangeram em se aliar ao projeto bolivariano de censura e ditadura via judiciário do Foro de SP, tão bem representado pelo criminoso que descondenaram para colocar na presidência.

"Golpismo"

Outra coisa que Lygia não fez foi colocar aspas em "golpismo". Sei que não deve ser fácil fazer alguma crítica ao regime e manter uma coluna num veículo do Consórcio, mas seria necessário falar pelo menos em "alegado golpismo".

Do jeito que está, o "golpismo de Bolsonaro" parece uma doença congênita contra a qual o médico teve que tomar medidas inovadoras. Mas essa é a tese de seus inimigos, uma visão política. Se foi preciso passar por cima das leis para condenar alguém por ele é porque respeitando as leis não se encontra "golpismo" algum.

Aliás, a necessidade que eles têm de usar expressões como "golpismo" e "trama golpista" reitera por si só que nada de ilegal aconteceu. Todo crime exige ação, pelo menos uma tentativa que envolveria pessoas armadas e outros fatores inexistentes no caso em questão.

"Trama golpista" tenta criminalizar conversas que provavelmente não passavam de desabafos e nada geraram de concreto. E como nem isso eles tinham para acusar Bolsonaro, tiveram que inventar o "golpismo" que leva tudo para o mundo da intenção, do pensamento. É o Minority Report aperfeiçoado.

Precoga

Depois de dizer que o voto não pode ser impresso porque ele seria levado para casa, Carmen Lúcia andou declarando por aí que estaria presa se o "golpe" tivesse dado certo. Na sua opinião (e é só isso), ela só está livre para soltar essas pérolas porque eles se anteciparam e derrotaram o "golpismo" antes que ele se manifestasse.

É isso, é a censura inaceitável que será aceita, é a subserviência aos colegas que lhe dizem como votar... Como é que uma pessoa dessas chega a um tribunal superior? E não é só ela, lembremos que já teve gente confessando que foram eles que derrotaram o bolsonarismo na eleição. Que nível!

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