Parece que entraram os votos do Nordeste em Honduras. Apoiado por Donald Trump, Asfura saiu na frente e abriu o que parecia uma boa vantagem. Mas Nasralla foi se recuperando e, neste momento, com 78% das urnas apuradas, lidera com 40,35% dos votos contra 39,55% do adversário.
A candidata de esquerda assumida que representa o atual governo travou nos 19%, mas olhando de longe, se tem a impressão de que, apesar de apresentado pela nossa imprensa como um homem de diretita, Nasralla está mais para o que chamaríamos de tucano, um esquerdista light.
Nesse sentido, a esquerda continua forte por lá, pois Nasralla e a esquerdista raiz têm, juntos, uma vez e meia os votos de Asfura. Se ele confirmar a atual liderança, manterão também a presidência nas mãos.
No Congresso, além de quatro cadeiras para partidos menores, o de Asfura deve conquistar 50 posições, o de Nasralla 40 e o da esquerda 34. Novamente, a soma entre os votos dos dois últimos dá cerca de uma vez e meia os de Asfura.
Reiterando a proximidade entre eles, isso ainda sugere que muita gente votou no Nasralla para presidente e no partido mais à esquerda para deputado. Como lá não existe segundo turno, teria acontecido uma campanha de voto útil para evitar que Asfura levasse a presidência com certa facilidade?
Algo interessante é que o voto em Honduras é obrigatório, mas nem multinha irrisória eles dão a quem não votar. Com isso o total de votos válidos não deve ir muito além de três milhões, pouco para uma população equivalente à da cidade de São Paulo. A abstenção é o que realmente decide essas eleições.
El Chapelón
E Manuel Zelaya (imagem acima), que, num caso diplomático insólito, o Molusco abrigou na embaixada brasileira após ser condenado pela justiça hondurenha no início de 2010? O primo perdido do Ratinho na América Central saiu dali para o exílio junto ao amigo da Nicarágua, outro membro da unida família do Foro de SP.
Retornou dois anos depois, após um acordo em que foi anistiado e nunca mais se candidatou. Mas a sua esposa, Xiomara Castro, era mais jovem e se candidatou por ele. Ela perdeu por pouco a eleição seguinte, mas insistiu e é a atual presidente do país; a candidata oficial foi sua ministra.
Mais um daqueles tantos casos em que a esposa ou filha do sujeito entra do nada na política e acaba herdando seus votos. Acontece toda hora.

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