sábado, 13 de dezembro de 2025

No país do des

O Brasil é des! Des de desalentado, pois agora temos um descondenado e um dessancionado para destruir de vez o país. Sábado seria dia de desopilar com assuntos mais descontraídos. Mas hoje não há como desconhecer que a desaplicação da Lei Magnitsky é o tema do momento.

O primeiro mistério da coisa é o ineditismo dessa retirada repentina. Até onde os especialistas no assunto diziam, com base nos poucos exemplos anteriores, é que seria necessário um longo processo para colocar alguém na Mag e outro, igualmente demorado, para retirá-lo. A saída foi rápida demais.

Quanto aos motivos da mudança, uma das histórias que correm por aí é que Trump deu uma forcinha, mas os brasileiros não foram para as ruas lutar pela democracia e ele deixou pra lá. O outro é que os americanos confundiram aprovação de dosimetria na Câmara com concessão de anistia e concluíram que tudo já se acertou por aqui.

Sinceramente, nenhum faz sentido. Os caras não são desinformados a ponto de não saberem que não estamos próximos de anistia alguma. E se fosse por falta de gente na rua Trump deixaria o Maduro quieto no seu canto e não resgataria a Nobel da Paz, pois as pessoas também deixaram de protestar por lá. 

Eu não sei se é necessário publicar o motivo pelo qual estão tirando alguém da lei, mas as possibilidades legais são basicamente duas. A que podemos descartar é a do sancionado ter se corrigido, pois os julgamentos farsescos não foram anulados e as demais violações de direitos humanos continuam a ser praticadas.

A outra possibilidade envolve o interesse americano. O sancionado pode ser perdoado se oferecer informações ou praticar atos que sejam importantes para os EUA. O que Xandy, ou alguém por ele, teria oferecido? Liberdade para as redes sociais pode fazer parte deste pacote (e até nos interessa), mas deve ter mais.

Como de hábito, o Lara vai mentir que tudo se deveu à sua simpatia. Mas o que ele terá dado em troca desse favor ao seu cão de guarda? Afastamento da China? Grandes vantagens comerciais? Ainda não sabemos.

Diferença contra nós

Acho que é uma questão de ovo e da galinha. Quem fica mais à direita costuma ser mais individualista, a turma da esquerda é naturalmente mais gregária. Já era assim na escola, a maioria dos alunos não era de esquerda, mas a minoria esquerdista se unia, dominava o grêmio e falava em nome da coletividade. 

Hoje existe a CPAC, o André Ventura promete apertar o Gilmar em Portugal etc., mas é tudo meio desconectado, ocasional. Eles têm o Foro de São Paulo, as ajudas financeiras mútuas, as ONGs bilionárias e muito mais, estão sempre em contato com os parceiros mais próximos ou mais afastados. 

Um exemplo disso é que não tinha ninguém de esquerda nas nossas ruas em 2022, mas Biden, um dos primos distantes do petismo, fez o possível para derrubar Bolsonaro. 

Vai e volta

Meses atrás, Trump defendia Bolsonaro como hoje defende Corina Machado, nossa liberdade como a da Venezuela. Agora nos deixou de lado em troca do que os bandidos lhe deram. A esperança que fica é que quem muda de repente pode mudar de repente outra vez. O que, aliás, ele já cansou de fazer com Ucrânia, Europa, China e outros.

Ainda tem água para rolar debaixo dessa ponte? Ninguém sabe, vamos ver. 


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