sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Abordagem diferente

A Globalista está preocupada com o crescimento da "direita populista", também conhecida como extrema direita ou ultradireita. Mas como impedi-lo? Na apresentação da revista, resumida a seguir, o editor deixa claro que eles estão naquela da Eliane Bruma sobre o aquecimento global: preciso fazer alguma coisa, mas não sei o que é.

O argumento decisivo da campanha de Biden era que Trump representava uma ameaça à democracia e à República. Não colou: Trump retomou o poder com uma porcentagem de votos maior do que em 2016, quando derrotou Hillary Clinton. O apoio à AfD, à Reunião Nacional e ao Reform UK está crescendo rapidamente. Em resposta, os respeitáveis ​​líderes da Grã-Bretanha, França e Alemanha alertaram para a catástrofe que a Europa enfrenta. Na semana passada, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o Reform UK representava um desafio à "própria essência de quem somos como nação".

As doutrinas da direita populista, de fato, contêm muito a ser condenado. No entanto, falar delas em termos apocalípticos está fadado ao fracasso. O alarmismo dos políticos tradicionais cheira a uma tentativa de desviar a atenção dos seus próprios fracassos no poder. Dado o modo surpreendentemente normal como Giorgia Meloni está governando a Itália, as suas previsões apocalípticas não são credíveis. Para o seu próprio bem e para o bem dos seus países, os políticos tradicionais e os seus apoiantes precisam urgentemente de uma abordagem diferente.

Em outras palavras, o que o caro editor está dizendo é: mentir não adianta. Mas então por que eles insistem na mentira, no discurso alarmista? Porque era só o que sabiam fazer e porque adiantava antes, naquele tempo antigo em que dominavam a mídia e não havia redes sociais.


Não dá para creditar a emergência da "direita populista" apenas à descentralização da informação permitida pela internet. Mas podemos nos arriscar a dizer que nada mudaria sem ela. E os "tradicionais" sentem isso, tanto que sua preocupação em relação às redes é tentar descredibilizá-las e censurá-las.


É uma estratégia fadada ao fracasso, que se volta no final contra a velha mídia. Você pode, eventualmente, encontrar mentiras de "populistas". Mas é mentira que a mentira seja a sua norma e ninguém atribui uma mentira da rede social à internet, mas apenas ao seu autor. "Fulano é desonesto" não equivale a "o X é desonesto".


Na velha mídia é o contrário. Eles podem alertar que a opinião do colunista não é a do jornal, mas ninguém dá bola. Na cabeça das pessoas quem mente não é a Canhotede ou Bonner, é o Estadão ou a Globo. E cada vez que eles contam uma mentira que é desmascarada por alguém nas redes, se desmoralizam um pouco mais.


No mundo virtual a Folha é quase alguém como eu ou você. Mas é alguém que mente com frequência e ainda por cima quer impedir que o critiquem censurando a mim e aos demais. Quem pode apoiar isso? No começo muita gente apoiou, mas conforme o tempo passa seu público vai se limitando ao gado que gosta de ser manipulado.


A outra abordagem é a do Xandão. Aqui ela foi utilizada de modo escandaloso, com a invenção de um "golpe" e a condenação de pessoas sem atender aos mínimos requisitos legais. Mas tentaram prender o Trump, prenderam a Le Pen, e toda hora defendem o banimento da AfD.


Por ser canalha ou ser gado, ainda há quem defenda essas barbaridades. Mas elas se inserem no discurso alarmista que a própria Economist reconhece estar fadado ao fracasso. Em países atrasados como o nosso pode demorar mais tempo, mas isso também acaba por se voltar contra eles.  


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