quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

A fila ideológica anda

A coisa anda tão feia que já não se pode garantir que haverá futuro, mas até que este pode não ser tão ruim em termos políticos. Não se trata apenas da extrema esquerda não ter outro nome eleitoralmente viável além do idoso descondenado, mas do que indicam várias pesquisas e acontecimentos.

Um destes é a briga da Globo para que o Ibope/Kantar, ainda referência no mercado publicitário, continue a fingir que não existe Youtube e celular. Quantas pessoas assistem TV com celular na mão e o acessam na hora do comercial? Quantas usam o aparelho de TV como tela do Youtube ou assistem programas de TV através dele? 

Não se sabe. Sabe-se, porém, que a Globoplay, concebida para ser a Netflix da Globo, é um fracasso inapelável. E, embora isso não conte "oficialmente", programas como o de Celso Portiolli no SBT ou os religiosos da Record têm uma enorme audiência no Youtube, tanto ao vivo como depois.

É um caminho sem volta. O pessoal pode começar a entrar no Youtube para ver a filha do Silvio Santos em outro horário, mas logo estará navegando pela internet e acessando os diversos conteúdos que ela oferece.

Isso é mortal para a esquerda, pois a maioria dos seus eleitores se informa sobre política através da voz unidirecional e manipuladora da TV convencional. Na internet, onde todos podem falar, o discurso esquerdista acaba sendo derrotado com certa facilidade. E isso se repete no mundo inteiro, não é algo ocasional.

Quanto às pesquisas eleitorais, todas demonstram que o eleitorado esquerdista predomina nos dois lados da pirâmide econômica-social. No topo, aproveitando-se de algum modo do estado glutão, está cheio de esquerdistas. Embaixo, recolhendo as migalhas que os aproveitadores lhe jogam e achando que isso é bom, também.

O que conta em termos eleitorais é a base onde está o pessoal que, por falta de recursos, mais consome informações políticas da TV convencional. Sinal de internet liberado e um programa como o que fizeram para as geladeiras, para trocar televisores velhos pelos que permitem acessar o Youtube, abalaria a esquerda em definitivo.

Mas essa transição acontecerá de qualquer modo e há outro recorte interessante. A esquerda, que já foi relacionada à rebeldia da juventude, hoje depende dos mais velhos. Apesar das tentativas de doutriná-los em sala de aula ou comprá-los com benesses, os jovens começam à direita e se tornam até mais direitistas logo depois.

Ser mais esquerdista na juventude e mudar com o tempo sempre foi normal. Mas se a turma se torna mais direitista com a idade, como a esquerda faz sucesso entre os velhos brasileiros? Sem prejuízo de outros fatores, creio que isso também está relacionado à tecnologia. 

Quem hoje se aproxima da meia-idade já nasceu no mundo digital e continuará à direita ao envelhecer. Só entre os atuais maduros e velhos se encontra quem datilografou alguma coisa ou mandou filme para revelar. Os esquerdistas desta faixa já o eram quando jovens. Mas não o serão por muito mais tempo, se é que você me entende.


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