Uma malandragem do nosso desgoverno e da sua imprensa chapa branca ultrapassou fronteiras, mas não chamou muita atenção. Trata-se ainda da declaração do chanceler alemão, mais especificamente das respostas que lhe foram dadas com base naquela lengalenga do povo acolhedor que come cacacá e dança popopó.
A experiência do Merz com o tal povo deve ter se limitado a rápidos contatos com funcionários do hotel em que descansou e ao que conseguiu ver nas ruas por trás da janela do veículo que o levava e trazia para as reuniões da FIASCOP. Na maior parte das 20 horas que passou na cidade, ele estava envolvido com o evento.
Assim, o "lá" do qual ele e os outros alemães ficaram felizes em sair é muito mais a FIASCOP do que Belém. Mas destacar esse detalhe seria admitir que eles estavam cobertos de razão, pois os petistas incompetentes jogaram outro bilhão fora sem oferecer proteção contra chuva, água no banheiro ou ar-condicionado decente.
Para disfarçar, o desgoverno e sua mídia deram uma de defensores do povo bonzinho que dança cacacá e come popopó. Como o malvado que os teria ofendido é alemão e eles podem dizer que comportamentos se transmitem por DNA, até de racista e nazista o chamaram. Ficou ridículo demais, mas desviou o foco como eles pretendiam.
Outra malandragem da mídia subalterna está nas manchetes que anunciam que Lule proibiu a linguagem neutra. Lendo só os títulos, ou mesmo a maioria das matérias, você tem a impressão de que o malandro acordou invocado e decidiu que acabou esse negócio de "todes" em comunicações do governo.
A verdade é diferente, Lule apenas sancionou um projeto que lhe seria difícil vetar. Seu tema maior é a simplificação da comunicação oficial e o projeto começou com a petista Erika Kokay, lacradora de carteirinha que precisou engolir a parte sobre linguagem neutra, incluída pelo deputado Junio Amaral, do PL mineiro.
Vendo sua querida pauta woke derrotada, mídia e desgoverno tentam agora transformar o limão em limonada, apresentando o descondenado como o sujeito de valores conservadores que acabou com a linguagem neutra no Brasil. Provavelmente teremos muito mais disso com a proximidade da eleição.
Uma terceira malandragem vem do exterior. Em artigo publicado na Folha, o britânico Martin Wolf reclama que seu nome foi usado em anúncios mentirosos da internet e que ficam dizendo que impedir coisas desse tipo seria censura, mas "precisamos ser capazes de responsabilizar as plataformas de tecnologia por fraude".
Pois é, Martin, você certamente lembra do tempo em que vocês publicavam aqueles enormes Cadernos de Classificados, mais volumosos que os de notícias. Ali estava cheio de automóveis retirados direto da fábrica pela metade do preço e picaretagens similares, mas eu duvido que você tenha tentado colocar a culpa disso nos jornais.
Era o leitor quem precisava ser esperto e não cair em arapuca. Por que agora deveria ser diferente? As atuais críticas à internet partem da pressuposição, absurda, de que vivíamos num mundo sem fraudes ou mentiras antes dela. Mas quase todo mundo já percebeu que esses críticos querem mesmo é censurar o que não controlam.


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