sábado, 1 de novembro de 2025

Cherchez la femme

Esses dias um cara comentou que gostava de ler seus artigos porque, com todos aqueles seus excessos woke, era como se estivesse assistindo a um esquete humorístico. E é verdade, até tragédia narrada pela Nina Lemos fica parecendo comédia. Veja, por exemplo, o que a figura escreveu (texto original):

To no interior do RJ há 3 meses cuidando da minha mãe idosa. Piraí é uma cidade do interior maravilhosa, segura como uma cidade pequena da alemanha. Hoje aconteceu um crime horrivel aqui. Algo que NUNCA acontece. Um cara esfaqueou um advogado (que morreu) e a sua assistente. 

Eu estava do lado. Foi assustador. Ouvi a mulher gritando por socorro e fiquei no meio da rua com a minha prima gritando pela policia. A policia chega. Em alguns segundos ouvimos tiros MUITO ALTO. A policia chegou e matou o assassino 10h da manha. Na rua principal da cidade. 

A gente saiu correndo pela rua com todo mundo que passava correndo junto. Uma tragédia. Todo mundo ainda se recuperando do panico e uma moça me diz: "ainda bem que a polícia matou. Bandido bom é bandido morto". 

Eu disse que não existia pena de morte no Brasil. Ela respondeu: "ja vi que você é esquerdista" (bem agressiva). Disse que sim, que eu era muito esquerdista. Ela disse: "então não dá nem para argumentar". Vi o que está acontecendo no Rio agora. Tem tudo a ver. Toda solidariedade às familias das vítimas.

A prima gritando, ela correndo desesperada pela rua e discutindo com a mulher de direita... não há catástrofe que resista. Mas eu fiquei achando que a coisa estava mal contada, quem dá várias facadas e não para nem quando um PM lhe aponta uma arma é porque está com muita raiva das vítimas. Devia ser um caso bem pessoal.


Cherchez la femme, com certeza tinha uma nessa história. Talvez o advogado estivesse pegando a mulher do cara, talvez ela fosse a assistente vinte anos mais nova que o chefe, talvez não houvesse assistente alguma, mas um encontro entre amantes que o marido interrompeu violentamente.


Não, a Nina foi precisa nesse ponto, eu pesquisei e confirmei. O cara venceu uma ação e não queria que o dinheiro fosse depositado na sua conta porque a justiça o bloquearia em virtude de outra ação. O advogado explicou que não era possível, ele se irritou, saiu esfaqueando geral e acabou indo para um lugar em que o dinheiro não faz diferença.


Mas eu não estava enganado. Quem movia a ação que poderia bloquear o dinheiro do sujeito era a sua ex-esposa; existia, afinal de contas, uma mulher na origem do crime. Acho que podemos chamar esse meu palpite de faro. A Nina, se passasse por aqui correndo com a prima, daria um jeito de gritar: 


"Faro nada, é misoginia, ódio às mulheres!"




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