A notícia ao estilo menines revoltades: os indicados por Bolsonaro votaram junto com o Xandão, viram, viram? A realidade: os ministros cancelaram leis municipais sobre o ensino de gênero em escolas porque a lei maior determina que a pauta educacional é competência da União. Os comentários de cada ministro: aí é que está.
Eles deveriam se ater à questão técnica, mas muitos não resistiram a dar seus pitacos sobre os temas abordados pelas tais leis e, pelo menos em um dos casos, aqueles que as criaram. Não vou citar o nome do ministro, mas ele disse coisas como as que se seguem:
Não se pode esconder a realidade. Não se pode repetir para as crianças que menino veste azul e menina veste rosa. Não é possível fingir, inclusive para as crianças, que não existem pessoas trans, que não existem travestis, que não existe diferença de gênero.
Se nós formos ler as leis, nós vamos voltar ao período da Inquisição... as mesmas pessoas que defendem que as redes sociais podem tudo... tentam impedir uma educação séria de termas sexuais... A liberdade de expressão para essas pessoas existe para o discurso de ódio contra a população LGBT nas redes sociais, só que não existe a liberdade de ensino nas escolas para o antídoto a esse discurso de ódio.
Quem assegura o que os autores das leis pensam sobre as redes sociais? Quem diz que eles praticam ou defendem algum discurso de ódio contra LGBTs? E se as redes são livres também o são para que os adeptos do tal "antídoto" o apliquem por lá, desde quando a escola tem que assumir posição sobre polêmicas na internet?
Não parece aquela bobajada de usar a diferença entre "tentar" e "atentar" para procurar escapar da ausência de tentativa exigida pela lei? Aquele raciocínio tosco e enrolado que os patetas, sem entendê-lo (porque não tem mesmo sentido), tomam automaticamente por sofisticado e superior?
Já a Inquisição, todos sabem, foi aquele negócio em que psicopatas monotemáticos que se consideravam salvadores da humanidade torturaram muitos inocentes. Não vamos nos estender sobre o tema, mas a figura acima é parte da capa de um livro, de autoria de Enid Goldberg e Norman Itzkowitz, sobre o mais famoso inquisidor.
Não sei vocês, mas acho que com um terno e sem a tonsura o Torquemada pareceria um homem de nossos tempos. E de onde terá vindo a família do Itzkowitz, teriam sido eles vizinhos dos Magnitsky?
Milhares de dólares
A gente fica aqui, falando ao longe, mas para eles a coisa é muito séria. Barrosa acabou o dia no hospital. E os dois candidatos a sua vaga devem estar estalando de tensão. Para o escolhido, décadas de causas multimilionárias através do escritório de algum parente. Para o outro só restará lamentar: "mulheres, iates, 100 mil dólares..."

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