segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Jabuticaba e outras frutas

Como a manchete do Valor (Globo) diz que ativistas brasileiros "vão" aos EUA para desmentir Eduardo Bolsonaro e defender os sancionados por violações de direitos humanos, você pensa que eles estão arrumando as malas e pretendem se encontrar com autoridades do governo americano. Mas pensa errado.

A leitura da matéria revela que os dez militantes "foram" aos EUA e já voltaram. E a viagem não serviu para nada porque eles só falaram com amiguinhos que já pensam que Trump está errado. Quem pagou o passeio foi a Washington Brazil Office (WBO), cujo objetivo é justamente influenciar tomadores de decisão nos EUA.

Fundada durante as eleições de 2022, a WBO é composta por autonomeados "representantes da sociedade civil" como, entre outros, MST, MTST, Instituto Sou da Paz, Comissão Arns, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Articulação dos Povos Indígenas e Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT).

Meu preferido é o "atingido por barragens", nome que acho ótimo. Mas seu presidente deve gostar mais do ABGLT, pois sempre se dividiu entre essa causa e a militância política de esquerda. Trata-se do brasilianista James Naylor Green, que já andou por aqui (UFRJ e USP) e hoje, aos 74 anos, ainda leciona nos EUA enquanto mantém seu casamento com um professor de história das religiões da Universidade de Jerusalém.

Enfim, é a salada de frutas habitual. Eles inventam uma nova entidade em que as antigas vão entrando, gerando cargos, viagens e palestras que são bancadas por verbas públicas e patrocinadores suspeitos. Sim, o desgoverno sustenta dezenas de milhares de inúteis como os que "vão" aos EUA. Sim, o Soros está por trás da WBO.

Lei versus lei 

Se o problema é a "lei" Magnitsky, basta criar uma lei que diga outra coisa para anulá-la e continuar violando os direitos humanos impunemente. Por incrível que pareça, foi isso o que pensaram os que se acostumaram a resolver tudo com jogos de palavras. 

Não tem como controlar todo o processo contra quem queremos prejudicar? A gente inventa uma desculpa e usa nosso regimento interno. A Constituição diz que só presidente deve ser julgado aqui? A gente argumenta que os constituintes abriram exceções e esqueceram de colocá-las por escrito.

O problema é que esses truques verbais só funcionam onde eles fazem o que querem graças aos pilantras da imprensa cúmplice e aos palermas que não conseguem pensar por conta própria. Mas eles já estão desconfiando disso, tanto que suspenderam as articulações para criar a jabuticaba jurídica que seria a Lei Antimagnitsky.

E o encontro?

Falando nela, cadê o valentão que ia levar jabuticaba ao Trump? Passou-se a semana em que eles deveriam se encontrar e o inútil continuou dedicado a inaugurar creches ou coisas do tipo, que alguém digno do cargo jamais trocaria pela oportunidade de resolver um problema do país. Continua se borrando de medo, só não é desmoralizado de vez porque existem os pilantras da imprensa e os palermas que nela acreditam piamente.


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