terça-feira, 15 de julho de 2025

Chantagem e falsificação

A Folha um pouco menos, limitada, até onde vi, a um artigo do Joel da GloboNews e críticas ao Tarcísio em editorial. Mas Estadão e, principalmente, O Globo, amanheceram furiosos com o que chamam de "chantagem" de Trump e "falta de patriotismo" de Jair Bolsonaro.

Sim, aquele "Brasil acima de tudo" era falso. Para ser verdadeiro, dizem os gênios desses jornais, Bolsonaro deveria estar defendendo a diminuição das tarifas de Trump e deixando que "o nosso Judiciário" seguisse seu rumo, censurando e condenando quem bem entendesse (até ele mesmo, é óbvio).

Tão nervosos estão esses novos patriotas que parecem ter esquecido que "o nosso Judiciário" não precisa mudar absolutamente nada. Precisaria, e bastante, mas isso fica para depois. Ninguém espera que Xandão e seus apoiadores admitam de repente que estão errados e peçam perdão. 

Quem deve entrar em ação são os deputados e senadores, utilizando suas prerrogativas para aprovar os projetos de anistia que já existem. O "nosso Judiciário" poderá dizer que sempre esteve certo e lamenta essa decisão, mas se vê obrigado a respeitá-la democraticamente. 

E o mesmo poderão fazer todos os canalhas que apoiaram os abusos do "nosso Judiciário", inclusive os patriotas de ocasião do "nosso jornalismo". Ou será que eles não consideram legal e democrático respeitar o que for decidido pelos representantes eleitos pela população?

Resumo

Se os falsificadores da verdade se mostram incomodados é porque perceberam que aqueles planos tão bem arquitetados podem naufragar. Se estão evitando falar sobre o papel do Legislativo é porque sentiram que a coisa pode evoluir rapidamente por aí. Se está ruim para eles é porque está bom.

Agora, é ridícula essa tentativa de defender a pureza do judiciário xandônico e associá-la ao patriotismo. Mais imbecil ainda é a ideia de que Bolsonaro deveria se sacrificar para defender os abusos que eles acobertam ou a tentativa de chantageá-lo, ameaçando colocar o povo ou os empresários contra ele se não atender às suas vontades. Bem que eles gostariam, mas ninguém mais lhes dá atenção.

Imagem

Cena de "Chantagem e Confissão" ("Blackmail", Alfred Hitchcock, 1929). Na Londres de um século atrás, a filha de um lojista namora um detetive da Scotland Yard que trabalha demais e lhe dá pouca atenção. Solitária, a moça aceita se encontrar com outro homem, mas ele tenta estuprá-la e ela o mata com uma faca. Quem assume o caso é seu namorado, que descobre quem é a assassina por uma luva e a esconde para protegê-la. Mas a outra luva caiu nas mãos de um sujeito que passa a chantageá-la.


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