quinta-feira, 24 de julho de 2025

Atrás das cortinas

"Para salvar seu líder, parlamentares bolsonaristas não se importam em tumultuar o País com ameaças de impeachment de ministros do STF e a defesa de uma inaceitável anistia", diz o editorial do Ex-tadão de hoje, voltando ao que se espera de quem ajudou a instalar o regime semibolivariano em que nos encontramos.

Em O Globo, destaque para a coluna de Malu Gaspar, para quem o pobre Xandão caiu na armadilha de Trump ao cometer outro de seus abusos e "ajudar o bolsonarismo a se vender como vítima de perseguição - e não como vetor de uma guerra comercial que pode resultar em prejuízos bilionários à nossa economia e permitir".

Criticando/desculpando seu juiz predileto, ela reconhece que ele às vezes comete "deslizes", mas depois volta atrás. Seu exemplo é o caso dos empresários que trocaram "mensagens golpistas" através do zap, que, um ano mais tarde, Xandão deixou para lá porque aquelas conversas não geraram nenhum ato concreto.

O mesmo raciocínio não se aplica ao "golpe". Para Malu, não há dúvida de que a invasão do prédio pelos idosos foi uma tentativa de golpe. E a culpa é de Bolsonaro porque "a sequência de fatos que redundou no 8 de janeiro é por si tão absurda e criminosa" que basta para apontá-lo como responsável pela manifestação.

Em suma, o Consórcio parece hoje ter voltado ao normal. Porém a recaída combinada de ontem ainda não foi bem explicada. A ideia de que os jornalões e os colegas de Xande não quiseram dar argumentos para Trump faz sentido, mas a questão é por que eles só se preocuparam em não parecer abusivos agora. 

Existem as ameaças de sanções, é evidente. Mas tudo indica que houve algo mais grave do que a perda dos vistos. O boquirroto Gilmar não abriu o bico, Barroso fez cara de sério e não zombou dos selvagens que quer civilizar. Nada disso é normal. O que terá acontecido nos bastidores para causar essa mudança?

Não sabemos e há várias possibilidades, mas vou levantar uma delas: Alguém que usa uniforme fez chegar aos supremos o recado de que seus colegas americanos lhe informaram que Trump não permitirá que o país se transforme em outra Venezuela; é melhor parar a brincadeira enquanto não se foi longe demais.

A perda do apoio militar seria mortal para os tiranos de toga. E ela seria inevitável se as coisas escalassem, pois só loucos proporiam encarar o poderio dos EUA com uma força sucateada e com grande parte da população brasileira e da própria tropa considerando que os "inimigos" têm razão.

Claro que pode não ser nada disso. Mas como ninguém sabe o que acontece atrás das cortinas e o Executivo está nas mãos de um alucinado pelo antiamericanismo, creio que essa é uma hipótese que não se pode descartar.

Tia Lúcia

Tia Lúcia reapareceu, indignada pelo fato do Obama, a liderança democrata mais popular, estar mais preocupado com questões matrimoniais do que em comandar uma resistência tenaz ao malvadão de cabelo laranja. Tadinha da tia, descobriu que o malandro era malandro.



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