No tempo em que abrir os jornais não era entrar num site, eles viviam elogiando o Molusco por sua capacidade de negociar. Ele mesmo dizia ter nascido para isso. E até a oposição - leia-se, PSDB - reconhecia que o sujeito era um portento, não havia problema que não resolvesse juntando as partes para conversar.
Era tudo mentira, claro. Como sindicalista, sua "negociação" se limitava a se acertar por baixo dos panos com os patrões e convencer a peãozada de que os havia defendido ao máximo. Como deputado, foi um zero à esquerda. E como presidente comprava apoios com verbas e propinas.
No plano internacional, contudo, a narrativa falhava. Ele conseguiu comprar elogios diplomáticos perdoando dívidas de países africanos ou doando dinheiro para ditaduras amigas. Mas sempre passou vergonha quando acreditou na própria mentira e tentou assumir o protagonismo em uma questão mais séria.
Desta vez não foi diferente, basta lembrar do seu desconforto fingindo que estava lendo um documento para não ter que encarar um Zelensky que todos cumprimentavam. E de lá para cá ele só piorou, assumindo abertamente seu lado antissemita ou bancando o palhaço para atrair risadas, que no fundo são de deboche, de um Macron.
Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a sua incompetência como negociador, a crise das tarifas de Trump a resolveu. O camarada simplesmente se borra de medo de encarar o presidente americano de igual para igual, pois sabe que sairá desmoralizado de qualquer embate entre ambos.
Ficou meio chato para os jornais. Mas como normalmente acontece quando suas mentiras são desmascaradas, eles tentam fazer de conta que não estão entendendo o que acontece e se limitam a criticar o que chamam de demora para abrir negociação de alto nível entre os dois países.
Nunca venderam a fantasia de que, como exímio negociador, seu presidente sabia também a hora exata de entrar em campo. Nunca disseram que uma dose de vacina bastaria para tornar o cidadão mais protegido contra a covid que contra raios. No futuro ainda dirão que nunca apoiaram os abusos do atual regime bolivariano.
Se tivermos um futuro, é evidente.
Magnitsky
A Lei Magnitsky também pode ser usada para punir pessoas jurídicas. Acho que é mais difícil utilizá-la assim e dificilmente a aplicariam a veículos de imprensa. Mas não custa imaginar como seria educativa uma punição para os cúmplices do regime em nossa mídia. Se não der a Magnitsky pode ser outra mesmo, não somos tão exigentes.

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