quarta-feira, 18 de junho de 2025

País dividido

Parece que a carta do "golpismo" não está funcionando. Ao invés de diminuir, o apoio a Bolsonaro tem aumentado e agora o número dos que se dizem bolsonaristas empata com o dos lulopetistas, com 35% para cada grupo. E esse índices são do Datafolha, que sabemos bem para que lado costuma "errar".

É simples, as regras básicas do Direito são baseadas no bom senso, você não precisa conhecer os textos legais para saber que pessoas inofensivas e desarmadas jamais poderiam dar um golpe de Estado invadindo um prédio. O abuso autoritário salta aos olhos de qualquer cidadão normal.

Do mesmo modo, não faz sentido que uma reunião para discutir a aplicação de uma medida constitucional seja tratada como golpe. Principalmente porque nada foi feito, após ouvir as ponderações de seus subordinados, o então presidente entendeu que era melhor aceitar o resultado da eleição disfuncional de 2022.

Todo mundo já disse ou ouviu alguém dizer, num momento de raiva, que queria matar alguém. Todos sabem que isso não é crime. Imagine conversar sobre algo previsto na legislação, que não seria crime mesmo que fosse colocado em prática. A injustiça é evidente, e as pessoas costumam ficar do lado do injustiçado.

Pelo menos as pessoas que entendem o que está acontecendo. O perfil dos apoiadores do lulopetismo continua marcado pelo baixo nível educacional que, em geral, coincide com a dificuldade para pensar por conta própria e evitar as manipulações de uma grande mídia como a nossa, desonesta e parcial.  

Alta polarização

Por motivos diversos, nem todos que se consideram bolsonaristas ou lulopetistas votarão numa próxima eleição que envolva candidatos desses campos. Mas é evidente que a grande maioria dos que anularão o voto, votarão em branco ou se absterão deve sair dos 30% que não estão de um lado nem de outro. 

Combinando isso com o índice de votos válidos da última eleição, que foi de 75%, se conclui que, em termos eleitorais, a polarização é ainda maior do que faz supor o empate dos dois grandes grupos. 

É claro que esses números não são estáticos. Mas o crescimento do bolsonarismo e sua atual dimensão indicam que o tucanismo não ressuscitará como pretendiam o STF e a mídia ao inventarem a palhaçada do golpe, hoje "trama golpista". 

Na verdade, como o Datafolha pergunta com quem a pessoa mais se identifica, a maioria das viúvas tucanas já deve ter sido classificada como lulopetista. E é isso que eles se tornaram: uma subdivisão do lulopetismo. Capitaneados pelo Chuchu, voltaram à cena do crime aliando-se aos criminosos. Que se entendam lá entre eles.


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