sábado, 7 de junho de 2025

No reino da farsa

Para zombar de seu péssimo inglês, os militantes de redação cansaram de repetir a mensagem de Bolsonaro a favor da anistia. Dias depois, no entanto, perceberem que estavam reiterando a existência de um forte movimento pela anistia e colocando seu odiado Bozo na posição do popular desprezado pela elite arrogante.

Foi nisso que Sidônio pensou quando sugeriu a seu pupilo: "Faz um negócio bem ridículo para a imprensa falar sem querer que você esteve entre os bacanas de Paris e o povão te equiparar ao tiozão legal que fica bêbado no churrasco." Mas o resultado acabou sendo diferente do esperado.

Para o típico eleitor petista até que funcionou, a turma do bolo no balde certamente se identificou com a vulgaridade de seu líder semianalfabeto. Mas o efeito foi pequeno porque, metidos a sofisticados como são, os militantes de redação não suportaram lembrar que devem obediência ao bobo da corte e mudaram logo de assunto.

Também não ia adiantar muita coisa. Bolsonaro queria divulgar o ato pela anistia, no caso de Lule se divulgaria o quê? Que ele se hospedou em hotéis de luxo, jogando mais dinheiro fora a troco de nada? Que a que vai junto desperdiçou sozinha outro tanto? Para chegar ao nível do inglês de Bolsonaro, Sidônio precisa melhorar bastante. 

Lenta e gradual

Falando em anistia, o projeto parou de novo. Mas outra prova de que tudo aquilo é uma farsa e eles estão sentindo a pressão é o número de prisões domiciliares dos envolvidos no 8 de janeiro. Pouco antes do ato em São Paulo no início de abril havia cinco pessoas em prisão domiciliar, agora há 37.

Pesada demais

Quem também sentiu foram os defensores da censura após a condenação do Léo Lins a multa milionária e oito anos de prisão. Um deles, o malandro Pablo Ortellado, antigo defensor da censura das redes, rebola hoje em O Globo para dizer que é assim, mas não é bem assim, que é difícil definir os limites e todo aquele enrolation.

Iniciado com o título "Punição a Léo Lins é desproporcional", seu artigo termina dizendo que "apenas em ditaduras, piadas impróprias recebem punições mais severas que assassinatos". O que nos leva a concluir que, na opinião do bacana, tudo estaria bem se a punição fosse proporcional e a punição menos severa.

Proporcional e menos severa em relação ao que, Pablito? Uns 30 mil reais e duas semanas de prisão já assustariam qualquer cidadão. Isso estaria bem para você? Menos? Mais? Ficamos sem saber. Mas a enrolação do sujeito lembra aquele diálogo entre o pensador e a dama na festa chique:

- Você dormiria comigo por 10 milhões?

- Claro.

- E por cinquenta mangos?

- Que é isso? Você está pensando que eu sou uma prostituta?

- Isso nós já decidimos, agora estamos só discutindo o preço.

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