segunda-feira, 5 de maio de 2025

Welcome Chip

Dias atrás, Eduardo Bolsonaro anunciou que David Gamble (Chip para os íntimos), coordenador de sanções do governo Trump, chegaria hoje ao Brasil à frente de uma comitiva que discute o combate a organizações criminosas internacionais, com a missão pessoal de colher mais dados sobre os abusos de Alexandre de Moraes.

Pois ontem à noite, aos 40 do segundo tempo, o militante de redação Chamil Jade lançou uma matéria intitulada "Governo Trump desmente Eduardo sobre viagem de funcionário ao Brasil". Sua fonte era a embaixada americana no Brasil, que, inquirida sobre o tema, respondeu naquele tom oficial:

O Departamento de Estado dos EUA enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções. Ele participará de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.

Ou seja, a embaixada confirmou parte do que estava anunciado e diplomaticamente se calou sobre a outra parte. O que é natural, pois só faltava eles anunciarem que o simpático Chip veio para ferrar gente como o Xandão e o Gonet. Isso é como perguntar se o sujeito é agente secreto; seja ou não seja, ele responderá que não.

Pânico no parquinho

Durante a semana, veículos da extrema esquerda levantaram a possibilidade de, entre outras medidas, acusar os Bolsonaro de traição à pátria. Numa linha paralela, após repetir mil vezes que Gamble não vai sancionar ninguém, Chamil termina seu artigo confessando a angústia em que o pessoal está: 

Mesmo assim, no governo, a percepção é de que se eventualmente uma sanção contra Alexandre de Moraes for estabelecida, o Brasil teria que reagir, já que se trataria de um ataque contra as instituições do país.

O problema dessas declarações é que acusar alguém de traição implica em acusar outro país de estar em guerra conosco e qualquer "reação do Brasil" envolveria os dois governos. Enfrentar os EUA de frente não é como roubar aposentados indefesos. Vontade ele pode ter, mas o desgoverno teria coragem e apoio para isso?

Para quem duvida que as sanções funcionam, basta dizer que os membros do Tribunal Penal Internacional, sancionados por Trump após condenarem Netanyahu à prisão, estão neste momento "revendo" o caso do premier israelense. No popular: estão enrolando para não parecer que voltaram atrás muito rapidamente.

Outro aspecto delas é que um psicopata talvez não se preocupe em ser sancionado e não poder mais entrar nos EUA ou ter conta em banco. Mas o trabalho por ele realizado fica internacionalmente desmoralizado e muitas das pessoas que estão próximas dele e podem ser sancionadas por tabela se preocupam.

Juízes auxiliares se preocupam, promotores se preocupam. Com um agravamento de tensões, políticos se preocupariam. E a elite que banca o atual regime se preocuparia mais ainda, pois tem negócios bilionários que seriam prejudicados. Acho que seria mais fácil eles mandarem o cachaça calar a boca e colocarem uma coleira no seu pitbull.


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