E eis que surge uma nova cruzada para mobilizar os defensores do bem. O mouro da vez atende pelo nome de Deep Nude e se aliou à terrível Inteligência Artificial para infernizar a vida das pobre moçoilas que enchem suas redes sociais de fotos de si mesmas, tiradas nas mais diversas posições.
Abundam (ops) relatos de meninas cujo equilíbrio psicológico foi destruído pela descoberta de que colegas de escola criaram fotos que as mostram nuas e as distribuem alegremente uns para os outros. Até mesmo professoras - vejam só que desrespeito (ops) - já foram vítimas desses meliantes.
Isso é crime, o artigo 216-B do Código Penal proíbe produzir e divulgar montagens e imagens manipuladas para terem cunho sexual. A pena para o delito pode incluir multa e até um ano de prisão, aumentando para três anos se a vítima for menor e, segundo alguns, chegando a 17 anos se o deep nude for da filha do Xandão.
Mas não adianta, os criminosos não se contêm. O que está gerando um novo campo de luta para entidades como o Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime, o Comitê Nacional de Cibersegurança e outras que certamente se levantarão para nos defender em troca de um mísero apoio estatal.
Os políticos também estão de olho no novo mercado e suas primeiras ideias envolvem, como sempre, leis para detalhar as ações envolvidas nesses crimes e aumentar sua punição. Uma delas já passou pelo Congresso e parou no Senado, uma segunda aguarda a sanção do sujeito que cuidava das indenizações por morte do sindicato para dar em cima das viúvas dos companheiros.
Outros farejaram no caso mais uma oportunidade para jogar a culpa nas plataformas e "regulá-las" com mais rigor. E há os que dizem que punir não adianta e cabe ao Estado educar as novas gerações; dá até para imaginar o especialista nesta área iniciando a exposição para a turma de 14 ou 15 anos:
"Meninos, hoje existem softwares simples de usar que permitem que você vejam como ficariam suas coleguinhas peladas, mas você não devem usá-los. O fato disso ser crime não importa muito porque se você deixar tudo entre os amigos ninguém vai descobrir. Mas esse tipo de coisa não é ético e vocês não vão querer fazer nada que seja eticamente incorreto, de modo que conto com a colaboração de vocês."
Mas a solução não está aí, está do outro lado. É como legalizar as drogas, o pessoal tem que desistir de enxugar gelo, esquecer os possíveis infratores e fazer uma campanha para naturalizar a infração. A palestra tem que ser assim:
"Meninos e meninas, hoje existem softwares simples de usar que permitem que se veja como ficaria alguém pelado. Então se vocês virem uma foto assim não podem culpar a pessoa que aparece ali, pois ela pode nem saber que usaram sua imagem para esse tipo de sacanagem. E isso agora vai ser normal."
Ninguém mais vai tentar chantagear ou desmoralizar uma pessoa com seus nudes ou coisa parecida, pois a vítima vai dizer que se trata de um deep nude e pronto. As moças mais safadas podem até aproveitar para criar nudes de verdade e jogá-los por aí, fazendo depois carinha de inocente.
E as que não forem assim e/ou não quiserem se arriscar podem apelar justamente para o estilo mouro, passando a andar com véus e roupas ao estilo talibã. É uma solução radical, mas resolve o problema de vez.
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