quarta-feira, 5 de março de 2025

Sequestraram o Carnaval

Uma notícia sobre a folia a cada dois tuítes da Folha, boneco do Trump vaiado em Olinda, cantora vagabunda puxando coro de "sem anistia", blocos gritando contra Bolsonaro (não contra o presidente atual)... O que estará acontecendo? Terá o Carnaval se transformado numa festa de esquerda?

É evidente que o primeiro item pode explicar os demais, nós ficamos sabendo dessas coisas através de uma imprensa esquerdista que não vê nenhum problema em salientar as manifestações populares que coincidem com a sua visão de mundo e minimizar ou esconder as contrárias.

Mas a verdade é que tudo que diz respeito à festa momesca parece hoje mais à esquerda. O próprio cargo de Rei Momo, cuja disputa antes ganhava as manchetes, já nem é mencionado. E se ele ainda existe talvez seja ocupado por um sujeito magrinho que quer combater a gordofobia e ressignificar a função.

Mais fácil ainda é o rei ser rainha, ou vice-versa. Se o símbolo dos antigos carnavais era uma mulata sambando pelada, hoje é uma drag queen, uma "mulher trans" ou coisa parecida. Até nas propagandas oficiais (do petismo), boa parte das imagens carnavalescas recorda as da Parada Gay. 

Entre os heterossexuais os homens não podem assediar as mulheres, mas a regra maior é o liberou geral. Nossa imprensa ainda não chegou neste ponto, mas não falta muito para vermos uma manchete como: "A camisinha falhou e você engravidou no Carnaval? Saiba como enganar o médico bolsonarista e fazer um aborto legal."

Em suma, os comportamentos associados ao Carnaval são, cada vez mais, os defendidos pela esquerda. O que não impede que pessoas com outros valores e/ou mais à direita caiam na gandaia, mas a torna mais convidativa ao esquerdista que aproveita para reunir os amigos e soltar aquele grito político que normalmente precisa conter para não apanhar dos vizinhos.

Como eles dizem quando se trata do hino ou da bandeira, a esquerda sequestrou o Carnaval. A diferença é que ela pode ficar com ele, ninguém vai dar queixa na polícia ou se preocupar em pagar o resgate. 

Números comprovam

Pesquisa publicada pelo UOL garante que 70% dos brasileiros preferem descansar em casa durante o Carnaval. Nesse grupo estão os evangélicos e católicos mais religiosos que, unidos, perfazem mais de 40% da população e são majoritariamente de direita. Os demais, pelo acima exposto, também devem estar mais à direita.

Entre os que saem de casa ainda há os que vão descansar em outro lugar. E restam finalmente os que não se importam de sair saracoteando por aí, esfregando-se em gente fedendo a suor e ladrões de celular. Entre estes últimos, os esquerdistas tendem a predominar.

Aiii morena

Tudo o que foi dito aqui vale para a baderna da rua. Não tenho a mínima ideia de como andam os bailes de salão, mas aposto que ali a coisa se inverte e o público está mais à direita. 

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