sábado, 15 de março de 2025

País de craques

Uma pesquisa realizada com homens a partir de 18 anos revelou que nada menos que 47% dos brasileiros acreditam que, se tivessem corrido atrás e/ou recebido as oportunidades necessárias, poderiam ter se tornado jogadores profissionais de futebol. De primeiro nível, da série A.

E não para por aí. Comparando-se a 15 conhecidos expoentes da atividade, o pessoal não mostrou nenhuma modéstia. 9% acreditam que seriam melhores que Neymar, 12% jogariam mais que Vinicius Jr. e assim por diante. Apenas 18% dos pretensos craques se consideraram piores que os listados.

Futebol também é treino, muita coisa se aprende e quem treina desde cedo tem mais chances. É persistência, vários craques de hoje foram recusados em peneiras na infância. É sorte, todo dia você vê jogador da série B que parece melhor que muitos da A. Só que o pessoal está exagerando um pouco.

Mas eu confesso que nas minhas melhores fases também cheguei a pensar que não estava tão longe assim dos profissionais. Não do Vini ou do Ney porque desde criança eu aceitei que era melhor ficar na defesa, de preferência na lateral, onde o atacante só pode ir para um lado porque se ele for para o outro sai do campo. Talvez eu pudesse ter sido um Pelé. Léo Pelé quero dizer.

Em outros esportes é mais fácil

Uma área onde os amadores podem ser tão bons quanto os profissionais é a dos "especialistas" da nossa imprensa. Os caras chutam a gol e você já vê que vai sair pela lateral, mas, como a crônica esportiva os protege, isso às vezes só se comprova muito tempo depois.

Pegando o caso da pandemia, todos lembramos de como eles garantiram que ela tinha surgido no mercado da cidade chinesa, de maneira natural. Pois dias desses a Folha publicou lá no cantinho a seguinte notícia:

Agência de espionagem alemã concluiu que Covid provavelmente vazou de laboratório, dizem jornais. Conclusão da BND, de 2020, foi baseada em operação encomendada pelo gabinete da então chanceler, Angela Merkel, mas nunca publicada.

Sabiam e esconderam. Em outras ocasiões atacaram quem dizia o óbvio para serem desmentidos mais tarde. Veja por exemplo o que o UOL escreveu na época em que eles queriam que todo mundo ficasse em casa e o que as estatísticas dizem hoje:

Sem dados, Bolsonaro diz que isolamento pode levar a suicídios e depressão.

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