Não é um daqueles jovens jogadores que os clubes evitam mostrar para não perder cedo demais para um europeu. Não é o tesouro que um pirata enterrou numa ilha do Caribe três séculos atrás. São aquelas joias presentadas pelo príncipe árabe, e quem as está escondendo são nossos grandes jornais.
Em documento publicado em 19 de fevereiro, o TCU decidiu que, como não existe lei que determine o contrário, presentes de uso pessoal recebidos por presidentes não são patrimônio público e podem continuar com eles quando deixam o cargo.
Nem precisava ter decidido, pois foi baseado nesse entendimento que os presidentes petistas saíram do governo com caminhões carregados de presentes. Mas você sabe como é, para acusar um governo sem Mensalão ou Petrolão tentaram mudar a regra no meio do jogo para dizer que Bolsonaro teria ficado irregularmente com as joias.
Uma malandragem tão ou mais escandalosa do que acusar as velhinhas de golpistas. Tanto que acabaram voltando atrás. Um rápido pensamento paralelo: essa súbita demonstração de honestidade terá algo a ver com Trump? Sabe-se lá. Prossigamos.
O TCU publicou o documento sem alarde, pois não lhe cabe mesmo ficar anunciando por aí suas decisões. Quem deve fazer esse papel é a imprensa, que, no entanto, tampouco noticiou o fato. Ele veio a público nesta sexta-feira, num tuíte do próprio presidente Bolsonaro.
Bom, então a imprensa relapsa corrigiu sua omissão no dia seguinte, certo? Errado. A notícia só apareceu inicialmente em veículos menores como Tribuna da Bahia. No final da tarde a revista Veja a apresentou em seu site. Folha, Estadão, O Globo... o cartel permanecia calado até o momento em que este texto foi escrito, às 23:00 de sábado.
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Bom dia, são 7:30 da manhã de domingo. Como os jornais trabalham durante a madrugada devem estar todos atualizados e... não, nada. Pelo Google descobrimos que o Poder360 publicou uma matéria sobre o tema quatro horas atrás. O consórcio que apoiou a libertação do presidiário e o verdadeiro golpe continua quieto.
Não é difícil imaginar que as emissoras de TV dessa gente também não disseram nada. Se fosse naquele tempo antigo, sem internet e redes sociais, a grande maioria de nós não saberia de nada, talvez jamais soubesse. Pilantras, manipuladores canalhas, não valem o 1,99 de suas assinaturas digitais.
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Parabéns a todos que daqui a pouco estarão enfrentando o sol e o calor para participar da manifestação em Copacabana. Se o caso das joias era o mais absurdo, o das pessoas presas pelo 8/1 é o mais cruel, uma demonstração de cinismo e maldade inédita em nossa história. Liberdade para os prisioneiros políticos!
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