O título escolhido pelos tradutores/traidores da Folha - Anunciantes de peso migram para a Fox News após retorno de Trump - transmite a impressão de que empresas como Amazon, GE Vernova, JPMorgan Chase, Netfliz e UBS resolveram anunciar na Fox para agradar o novo presidente.
Mas o título do Financial Times - 'Difícil de ignorar': Fox News atrai anunciantes após o retorno de Trump - esclarece que os anunciantes foram atraídos pelas vantagens que a Fox comprovou ter após o retorno do Laranjão ao poder. Na verdade, uma decisiva vantagem: o número de telespectadores.
A emissora está quase empatando com a TV aberta. E ao contrário do que antes acontecia com as TVs de notícias, sua audiência aumentou após a eleição. Concluindo que seus espectadores realmente representam a América média e se concentram ali em grande número, as empresas que vendem produtos de massa correram para lá.
Quanto à diferença de títulos, nada além do esperado. É até divertido testar. Sempre que nosso jornalões traduzem um artigo, você pode apostar que o título foi alterado e o daqui dá uma puxadinha a mais contra qualquer coisa que recorde a direita. Não sabem mais agir de outro modo, o uso do cachimbo deixa a boca torta.
Exemplo para o mundo
Outro caso desses envolve as medidas tomadas por Trump para evitar que pessoas sem cidadania americana continuem a votar em suas eleições. Ao lançar um decreto sobre o tema, ele citou os sistemas de identificação biométrica de eleitores utilizados em países como Índia e Brasil como exemplos de controle.
'Trump elogia biometria brasileira' seria um bom título para noticiar o fato por aqui. Mas o danado do cachimbo, você sabe como é. Os caras soltaram pérolas como 'Trump elogia o sistema eleitoral brasileiro', como se o americano apoiasse o voto não auditável de nossas urnas eletrônicas sem impressão.
Como resultado, os simpatizantes do petismo passaram a elogiar o sistema "reconhecido pelo mundo" e a comemorar a divergência entre o presidente americano e os bolsonaristas. Até seu ídolo máximo, Alexandre de Moraes, leu a manchete por alto e saiu propagando a fake news por aí.
A realidade, omitida pela maioria dessa mesma imprensa, é que Trump é contrário às máquinas de votação. E a Índia, após muitas críticas de seus cidadãos - lá não é crime opinar sobre o sistema eleitoral - passou a imprimir o voto dos eleitores para posterior conferência. Esse sim é um exemplo a seguir.
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