Pô, Xandão, assim você me quebra. Eu ia escrever que você não pode facilitar para a Débora porque não teria como não fazer o mesmo para a Maria e para o Joaquim. Aí você vai lá e a coloca em prisão domiciliar. E faz o mesmo com o Jaime, professor de 69 anos com câncer avançado, cuja domiciliar havia negado um dia antes.
Para não ter o trabalho de elaborar outro raciocínio, vou ter que refazer essa parte inicial dizendo que você (ou alguém por você) calculou as pressões envolvidas e chegou à conclusão que manter a rigidez integral desse setor era mais perigoso que ceder um pouquinho agora para resistir a uma força menor depois.
Débora havia se transformado num símbolo que chegou ao povão, você a mandou para junto dos filhos para não falarem mais do assunto. Aproveitou e já aliviou para o Jaime, pois já não estamos nos bons tempos do Clezão e sua morte no cárcere causaria uma comoção. Não sei se ainda dá tempo de salvá-lo, mas isso já não é mais problema seu.
Você não libertou realmente ninguém, ambos continuam com penas e multas elevadíssimas. Sua ideia (ou a daquele alguém) é que isso vai esvaziar as reclamações nas redes, a manifestação do próximo dia 6 e o movimento pela anistia integral de todos os prisioneiros políticos. Pois se esvaziar vai também adiar.
Não precisa acabar, um adiamento já lhe serve. Você só precisa manter a fantasia do golpe das velhinhas de pé para defender, por ocasião do seu julgamento, a fantasia ainda maior de que foi Bolsonaro quem mandou o pessoal para lá. Se para isso for necessário enviar aqui e ali uns manés para casa, tanto faz.
Tem tantos mesmo, você deve pensar com aquele sorrisinho psicopata. Resta agora saber se a variação do plano maior vai funcionar.
O Consórcio faz sua parte
A notícia sobre a domiciliar do professor Jaime Junkes eu só encontrei na Oeste. Sites como o Esgotão e os veículos do Consórcio nada dizem sobre ele e só mencionam o caso da "mulher que pichou a estátua" (como chamam a Débora Rodrigues dos Santos) em letras menores, nos cantinhos de seus portais.
Noticiaram o caso dela com certo destaque nos últimos dias, a lógica é que fizessem o mesmo com seu desfecho. Ao trocarem de atitude nos obrigam a pensar que eles são parte do "alguém" que decidiu adotar a estratégia acima mencionada e só salientaram o tema para pressionar o parceiro careca a obedecê-los.
A esquerda nas ruas
Enquanto não chega o dia 6, quem vai às ruas é a esquerda que não gosta de anistiar ninguém que não tenha sequestrado embaixador ou assaltado banco. Eles devem se manifestar amanhã em sete capitais (Fortaleza, São Luís, Belo Horizonte, Belém, Recife, Curitiba e São Paulo).
Podemos apostar que o tal "grupo da USP" desta vez vai errar para mais. Mas mesmo assim será bom comparar o público deles com o dos brasileiros decentes.
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