De banqueiros interessados nos juros de uma dívida crescente a "artistas" subsidiados e funcionários que ganham bem para trabalhar mal, há muita gente em alta posição que apoia o PT porque se beneficia com o Estado inchado, gastador e ineficiente que o partido defende na prática.
Eleitoralmente, porém, o partido sobrevive graças aos mais pobres e ignorantes que estão no extremo oposto da pirâmide social e são cooptados pelos "programas sociais" que o petismo, justa ou injustamente, vende como seus. Para quem está na pior, um Estado (que parece) paternal que resolve sua necessidade imediata é tudo que importa.
Esse modelo petista combina bem com o ideal globalista de nações dominadas por elites não eleitas. Mas ao aplicá-lo em países mais socialmente homogêneos como os europeus ou os EUA você tem o problema da falta da massa de manobra que só serve para depositar seu voto e dar uma aparência democrática ao processo.
Se você não tem essa massa em casa, a solução é importá-la. A imigração pode ter sido estimulada por outros motivos tempos atrás, mas a ânsia com que partidos globalistas defendem a imigração desenfreada nos últimos tempos tem como um de seus objetivos criar esse eleitorado cativo.
E não se pode dizer que o plano não dá certo. Nos EUA, imigrantes com direito a voto são majoritariamente democratas. Na antiga Alemanha Oriental, a AfD liderou a votação com seu discurso contrário à imigração. Mas a esquerda venceu bem em Berlim (que está no leste), onde se calcula que 40% da população tem um pé no estrangeiro.
Mesmo assim os partidos que combatem a imigração sem limites estão crescendo junto ao público, o que deixa aos globalistas a opção de tentar calá-los sob a desculpa de que seriam "extremistas" ou adotar parte de seu discurso para cooptar os eleitores que os apoiam em número cada vez maior.
A segunda alternativa foi escolhida recentemente pela CDU, que venceu as eleições alemãs após adotar resoluções em conjunto com a AfD. Mas será esse o caminho certo? A angústia globalista é bem expressa por uma pesquisadora alemã entrevistada recentemente pela DW. Diz a especialista:
A prontidão com que partidos democráticos estão dispostos a empregar esse tipo de narrativa, na esperança de conseguir conter o populismo ao adotar alguns dos mesmos pontos de vista. Porém muitos cientistas demonstraram que isso está deslocando a janela de Overton (a amplitude de argumentos politicamente aceitáveis para a população em geral) e normalizando essas perspectivas, o que leva ao aumento dos votos para partidos extremistas. Portanto, os partidos democráticos precisam reconsiderar se a estratégia correta é adotar essas visões, torná-las dominantes e apoiar a definição de agenda por parte de partidos populistas, ou se estão dispostos a enfrentar problemas mais profundos.
Quais seriam os "problemas mais profundos"? Proibir os "extremistas"? Censurar a internet para impedi-los de falar? Eis o dilema dos falsos "democráticos". E apesar da suprema corte da Romênia ter anulado uma eleição vencida pelos extremistas, na maioria dos países de lá não dá para resolver tudo com um Barroso e um Xandão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário