terça-feira, 11 de março de 2025

Marx e Lenin em Brasília

Me assusta ver, em toda a igreja em que assisto algum culto, demonstrações do sentimento de injustiça com situações ocorridas no 8 de janeiro, onde pessoas sem qualquer relevância naqueles fatos tiveram condenações a penas altíssimas. A campanha pela anistia está muito forte em todo lugar, com a população atribuindo ao governo o ônus dessas condenações.

As palavras fazem parte da análise sobre o atual momento político que Eduardo Cunha publicou ontem no Poder 360 e valem mais que qualquer pesquisa de opinião. Se um político atento identifica uma tendência em uma amostra significativa da população, você pode ter certeza de que este sentimento é mesmo forte.

E não poderia ser de outra maneira. No início, ouvindo o noticiário desonesto sobre o "golpe" sem prestar muita atenção, o cidadão comum pode até ter concordado com as prisões. Mas conforme os detalhes do episódio foram sendo melhor conhecidos, só os moralmente depravados continuaram a apoiar a violência do regime PT-STF.

Não é preciso ser jurista para identificar uma injustiça. Salta aos olhos que pessoas inofensivas e desarmadas jamais poderiam derrubar um governo ocupando um prédio. Ou que não se pode condenar quem no máximo quebrou uma cadeira a penas muito mais duras do que as dadas a criminosos contumazes e perigosos.

A mentira e a má-fé também são reconhecidas com facilidade. Quem se aprofunda um pouco no caso logo percebe a primeira na história infantil de que os vídeos de segurança foram perdidos por acidente e a segunda no desdém com que a defesa dos acusados foi tratada pelos juízes do caso.

Subordinada ao desgoverno, a imprensa apodrecida começou tentando vender a história oficial e agora trata o tema como "polêmico", como se houvesse alguma possibilidade de defender o arbítrio sem perder a vergonha na cara. O depoimento de Eduardo Cunha reitera que o povo já entendeu que não existe.

Olá Lenin

Um Lenin de direita estaria torcendo para que o regime não libertasse nenhum prisioneiro político e, de preferência, deixasse mais alguns morrerem na prisão. Um de esquerda já teria percebido que as atuais condições não permitem um endurecimento geral e já os teria perdoado para fingir humanidade e retirar o discurso da oposição.

Como o regime não tem ninguém com essa inteligência, deixa a situação se encaminhar para um confronto em que será derrotado agora ou mais próximo das eleições. A oposição luta corretamente para que isso aconteça o quanto antes. Mas o jeito é aceitar os fatos leninisticamente se a disputa se estender.

Oi Marx

Como o golpe eleitoral de 2022 foi fomentado pelo governo Biden e baseado nas táticas desonestas que este usou para chegar ao poder, não é surpreendente que tudo tenha sido armado para fazer do nosso 8 de janeiro uma farsa baseada na tragédia (como diria o barbudo) do 6 de janeiro americano.

Mas há uma diferença abissal entre os dois episódios. Em 6 de janeiro Trump ainda estava no poder e poderia teoricamente impedir a posse de Biden. Em 8 de janeiro Lule já era presidente e havia nomeado quem lhe interessava, não havia nenhuma possibilidade de Bolsonaro voltar ao poder. O 8 de janeiro não é uma farsa apenas no sentido da famosa frase de Marx; é uma farsa, ponto final.

Tradução

Para quem não sabe russo, a frase da imagem diz: "Bozo genocida, sem anistia para golpista."


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