Como no futebol ontem à noite, tudo está transcorrendo como esperado no falso julgamento do falso golpe. As objeções do Fux e a prisão do Sebastião Coelho foram como o gol achado pelo Matheus Cunha e a bola do Raphinha no travessão, as duas exceções em que o Brasil conseguiu chutar a gol.
Sem novidades no campo de jogo, resta procurar curiosidades na torcida ou na crônica. Uma delas é a opinião de Joel Pinheiro da Fonseca, que trata a farsa jurídica como um fato da natureza e se dedica a tentar provar que Bolsonaro precisa se afastar de Trump para não passar o resto da vida na prisão.
Sua tese é que Bolsonaro pode indicar um nome que vença a próxima eleição e o anistie quando assumir o cargo. Mas se Trump o auxiliar agora, impondo sanções aos facínoras, o eleitor vai pensar que Bolsonaro está ajudando um estrangeiro a atacar o Brasil e se revoltará, recusando-se a votar no seu candidato.
O eleitor petista, né Joel? O que já está fechado com Bolsonaro vai comemorar qualquer sanção. E os demais dificilmente serão convencidos de que aquele tribunal é o Brasil ou, se este for o caso, de que o preço do supermercado aumentou porque o filho do Bolsonaro convenceu o Trump a fazer alguma coisa.
Mais inteligente e crítico que Joel, Mario Sabino começou acertando no título: Bolsonaro pode ser culpado, mas o STF não é inocente. No texto, um bom resumo do descalabro produzido pelo tribunal e pela grande mídia nativa. Veja trechos:
Que a instância máxima do Judiciário tenha se tornado tribunal político, isso revela o grau de inadimplência da democracia brasileira com as obrigações de seu contrato, a Constituição Federal (...) O que há é a parcialidade em estado bruto de juízes sumários. O que há é arbitrariedade (...) Ignorar o devido processo legal (...) É uma falácia macaqueada por uma imprensa que perdeu o respeito por si própria e, por isso, perdeu o respeito dos cidadãos.
Clap, clap, clap! Mas o STF já era político durante o governo Bolsonaro e todos sabiam que isso pioraria se o descondenado colocasse mais subordinados lá dentro. Mesmo na perspectiva de quem achava os dois candidatos ruins, com quatro indicados por Bolsonaro teríamos um maior equilíbrio entre "gangs rivais" e mais respeito à Lei.
Pois apesar de ter plena consciência disso, Sabino foi um dos que fez o possível para convencer o eleitor que não gostava do PT a não votar contra o PT. O STF não é inocente, mas o isentão é mais culpado de suas arbitrariedades do que o petista comum. Não adianta agora fazer textinho bonito para lamentar a situação.
Macaquito
No Brasil de hoje, não é impossível que alguém chame Sabino de racista por ter usado o termo "macaqueada". E no futebol isso é pior, a crônica esportiva brasileira está se tornando politicamente correta e os dirigentes vão atrás para não serem atacados por ela, fazendo reclamação sobre reclamação.
Só que isso é como se chatear com apelido de escola e hoje o UOL traz fotos de um sujeito (quase negro, aliás) imitando macaco no meio da torcida argentina. Esperamos que pelo menos desta vez os imbecis se controlem e não acrescentem seu ridículo mimimi à vergonha do péssimo futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário