terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Tudo muito divertido

Pelo que se vê nas redes, uma das novas funções dos apresentadores da GloboNews é transmitir a ideia de que os ministros de um certo tribunal não estão nem aí para os processos que começam a tramitar contra eles nos EUA. Além de não se preocuparem, dizem os GN, eles debocham da iniciativa e riem das próprias piadas.

O estranho é que a repetição do tema indica que eles não estão se preocupando de manhã, de tarde, de noite, no dia seguinte... Já que é para contar piada, isso lembra o Groucho Marx dizendo que parar de fumar lhe parecia a coisa mais simples do mundo, pois todas as noites ele parava.

Igualmente divertida é a explicação dada pela loira gorda em um trecho que assisti. Em meio aos colegas que anuíam balançando a cabeça a cada par de segundos, ela explicou ao par de telespectadores que o ministro apenas ordenou a remoção de postagens inadequadas e não pode ser julgado nos EUA porque não manda em nada por lá.

Não, gordinha, não. Na realidade ele ordenou a remoção de perfis inteiros, o que configura censura prévia e está em desacordo com a própria legislação brasileira. E ele realmente não manda nos EUA, mas tentou mandar, exigindo que as empresas cumprissem suas ordens e bloqueassem usuários a nível internacional.

Para piorar, queria que suas arbitrariedades não viessem a público e esses bloqueios fossem apresentados como decisões soberanas das plataformas. E exigia que as empresas tivessem representantes no Brasil para, na prática, tratá-los como reféns que poderiam sofrer as consequências da desobediência da matriz.

Isso tudo está muito claro na documentação enviada à justiça dos EUA. A prepotência era tanta que as irregularidades estão documentadas e assinadas. E graças aos esforços da gordinha e seus colegas, o processo acaba de ser enriquecido com a informação de que os ministros-réus estão debochando de quem irá julgá-los.

Quem disse que a GN não serve para nada? No fim das contas é possível que seus apresentadores acabem contribuindo para condenar aqueles que tentaram com suas desonestidades preservar. Isso sim será muito engraçado.

Precisa mesmo representante?

Posso estar errado, mas me parece que a lei exige representante para quem mantém uma atividade comercial regular no país. Desde que consiga pagá-lo, você pode até assinar a versão eletrônica de um jornal da Índia e comentar suas matérias daqui sem que ele necessite nomear representante algum no Brasil. 

Creio que esse não seria o caso do X, que recebe e paga a pessoas regularmente no Brasil. Mas seria o do Rumble, que continua a ser um serviço estrangeiro que você pode acessar e eventualmente assinar. Naturalmente, o censor local não está preocupado com esses detalhes legais. Mas o juiz americano pode ter outra opinião.



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