"Gol de Oscar para o Brasil." Essa poderia ser a manchete de grande parte da nossa imprensa no dia seguinte ao 7x1 se o padrão adotado na ocasião fosse o mesmo utilizado para noticiar a recente decisão da juíza americana sobre as ordens ilegais do Alexandre de Moraes.
É verdade que a magistrada negou a liminar solicitada pelas plataformas, como grita essa imprensa. Mas o fez porque Xandão não tem meios oficiais para tentar impor sua vontade aos reclamantes. Do ponto de vista legal suas "ordens" são apenas delírios autoritários que devem ser jogados no lixo, o gol de Oscar valeu muito mais.
Outro detalhe importante é que a briga jurídica mal começou. Me parece que o maior problema deste caso é que Xandão sempre soube que não tinha como dar ordens diretas no exterior, mas exigia obediência das empresas por lá em troca de não proibi-las ou não punir seus representantes no Brasil.
A sua atuação lembra a de um grupo terrorista que sequestra o funcionário de multinacional na África para obrigá-la a fazer algo em Nova York. As ordens dessa gente têm o mesmo valor legal das do ministro, mas na prática as suas vítimas podem se ver constrangidas a obedecê-las. Essa é a questão.
Fim de uma era
Tratar o gol do Oscar ou a recusa da liminar como temas isolados poderia ser visto como uma atitude típica da comunicação rápida e muitas vezes malandra das redes sociais. A grande imprensa, por sua vez, deveria se destacar por colocar os fatos dentro de seu contexto e explicá-los adequadamente ao público.
No entanto, aqui aconteceu exatamente o contrário. Num autêntico gol contra, o autodenominado "consórcio" tentou enganar seu leitor/telespectador ressaltando e distorcendo um detalhe secundário. E foram as redes, sites e blogs que restabeleceram a verdade - até o Brasil247 foi mais honesto que a Globo ao noticiar o tema.
Isso vai passar batido, amanhã não se falará mais no assunto, mas é representativo de uma inversão realmente histórica. Veículos como a Revista Oeste ou a Gazeta do Povo talvez ainda possam carregar a antiga tocha, mas a velha imprensa brasileira se mostra incapaz de sair da UTI da credibilidade em que decidiu voluntariamente entrar.
Hoje tem mais?
A lei que permitiria punir autoridades brasileiras que abusaram de seu poder passa hoje pelo equivalente americano da nossa CCJ. É o que de melhor temos no momento para combater as arbitrariedades do regime PT-STF. Como no futebol, se quisermos alta qualidade só nos resta atualmente torcer para times do exterior.
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