De acordo com notícia surgida nas redes ontem à noite, Chris Smith - presidente do Comitê Global de Direitos Humanos da Câmara de Representantes dos EUA - visitará o Brasil com sua comitiva neste mês de fevereiro. E se isso for confirmado é bastante simbólico, mas ele já sabe o que vai encontrar.
Mantendo constantes contatos com deputados brasileiros e exilados políticos, o veterano Smith - esta é sua 22ª legislatura - conhece como poucos o nosso exemplo do que chama de "governar pela lei". Já enviou diversos comunicados e pedidos de explicação ao STF. E trabalha numa legislação especial a ser aplicada ao Brasil.
Suas ações anteriores não tiveram efeito prático porque as supremas criaturas se sentiam protegidas por Biden, padrinho dos horrores que temos vivido. Mas agora o presidente é Trump, que convidou Bolsonaro para sua posse e está cercado de auxiliares que tiveram em algum momento problemas pessoais com o regime PT-STF.
Mesmo que Smith venha, Xandão não vai cair no dia seguinte, não é assim que funciona. Mas saber que ele continua em cima do tema é uma bela volta no parafuso, talvez um encaixe do parafuso que até então vinha girando em falso. Depois vem outra volta, e outra. Desconfio que eles ainda vão odiar o Chris.
Estruturas de pensamento
Por 350 votos a 338 e cinco abstenções, o Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão, rejeitou ontem um projeto de lei que visava endurecer as regras de imigração e havia sido proposto pela oposição conservadora (CDU) com o apoio do que a imprensa esquerdista trata como "ultradireita" (AfD).
Mas o que essa mesma imprensa destaca não é o resultado da votação, é o fato da CDU ter se composto com a AfD, rompendo um acordo vigente desde o final da Segunda Guerra - o chamado "cordão sanitário" - pelo qual os demais partidos se comprometiam a isolar partidos radicais para evitar o retorno do nazismo.
Isso pode ter feito sentido em 1945, mas não faz nenhum hoje, oito décadas depois. Além disso, não existe qualquer indício de que a AfD queira transformar a Alemanha numa ditadura ou coisa parecida. Seu maior "radicalismo" consiste em reconhecer os problemas que a imigração desenfreada causa ao país.
O líder da CDU percebeu que a AfD avança sobre o que seria seu eleitorado e agiu com inteligência. Foi o que fez a turma do Macri ao se aliar a Milei. E foi o que não fez o PSDB, que se vendia como antipetista e acabou apoiando o petismo contra Bolsonaro, perdendo seu antigo eleitor à direita e não ganhando nenhum à esquerda.
Porém o mais interessante de tudo isso é a estrutura de pensamento dos que se mostram escandalizados com o rompimento do "cordão sanitário".
A expressão implica automaticamente na separação dos partidos em duas partes, uma limpa, obviamente superior, e outra suja e inferior. E o que eles advogam é que a pureza partidária seja mantida intacta, sem misturas, sem casamentos entre os membros do grupo superior e os do inferior.
Acho que já vimos algo parecido em algum lugar.
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