A ideia de terminar de arrasar a Faixa de Gaza e reconstruí-la como um misto de resort mediterrâneo e enclave militar permanente dos EUA no Oriente Médio é muito boa, o problema é o que fazer com a população da região. Mas problemas existem para serem resolvidos e nós já temos uma solução para esse.
Manda o pessoal pro Iêmen.
A língua é a mesma, a religião é a mesma, a distância é praticamente a que separa o Nordeste de São Paulo, o deslocamento seria equivalente a uma migração interna. Podemos até pensar grande: quem sabe se daqui a alguns anos um menino palestino que chegou com sua mãe analfabeta não se torna ditador iemenita?
Está certo que o atual Iêmen vive entre um tumulto interno e o seguinte, mas as brigas deles são fichinha para quem está acostumado com Gaza. E quem está se dando melhor nessas disputas são os houthis, o que significa que até os militantes do Hamas vão se sentir acolhidos e ter com o que se divertir por lá.
Quanto ao espaço, nem se fala. Aquelas pessoas que até agora se acotovelavam numa pequena faixa de 340 km² se somariam aos 34 milhões de locais, formando um conjunto de 36 milhões de habitantes que se distribuiriam comodamente numa área de 555.000 km², mil e quinhentas vezes maior!
Para fins de comparação, o estado de São Paulo acomoda 44 milhões de pessoas em apenas 248.000 km/². E ninguém está apertado por aqui. Pelo contrário, há espaço para todo mundo viver bem, manter reservas ecológicas ou indígenas e ainda desenvolver uma considerável atividade agrícola.
Aliás, essa é outra vantagem da mudança. Na Faixa de Gaza não dava para plantar nada, mas além de ter petróleo (embora nem tanto quanto os vizinhos miliardários), o Iêmen possui um território montanhoso com inúmeras fontes de água, o que torna suas terras as mais férteis da Península Arábica, ideais para a agricultura.
Apesar desses recursos naturais, o país passa por dificuldades econômicas. Mas é justamente por isso que ele foi escolhido. A ideia é que, em troca do abrigo dado aos irmãos, os iemenitas recebam consideráveis apoios para desenvolver sua economia e deixem de ser o primo pobre e complexado da região.
Quanto aos palestinos, a reação seria a mesma de quem é levado da favela para um conjunto residencial bem feito e estruturado. No começo eles sairiam chorando e prometendo voltar para a sua amada comunidade. Mas depois, verificando o quanto a sua qualidade de vida aumentou, não pensariam mais no assunto.
Sempre tem uma minoria que não se adapta? Tem, é inevitável. Mas esses poucos a gente coloca num avião e solta no Irã ou no Afeganistão.
Então aí está: problema criado, problema solucionado. Nem vou cobrar muito pela consultoria, uma estadia familiar vitalícia num dos modernos hotéis turísticos que serão construídos no litoral da Faixa de Trump - é claro que o nome vai mudar - e não se fala mais no assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário