sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Guardiões do portal

Ontem, navegando por aí, cai por acaso no X do Breno Altman. E lá o eterno porta-voz de sequestrador dizia que foi um erro combater a "extrema direita" recusando-se a discutir com ela, mas agora eles deviam corrigi-lo chamando os fascistas para todas as conversas possíveis e arrasando-os com seus argumentos superiores.

Deixei um comentário dizendo que isso era muito estranho, pois o pessoal se manifesta todo dia na internet e quem foge da discussão são eles, que não admitem nem comentários de adversários em seus blogs. Mas acho que ele se referia a discussões pessoais realizadas em universidades ou fóruns semelhantes.

Digo isso por já ter visto um de seus intelequitoais reclamando que a direita era anticientífica porque negava as verdades aceitas na academia e se recusava a reconhecê-la como a sede da sabedoria. Se os direitistas queriam contestar algo que fossem até lá, pedissem licença para entrar e tentassem mudar a opinião dos acadêmicos.  

Assim são os caras, tratam opiniões políticas como descobertas sobre a natureza do elétron. Imagine a paciência necessária para solicitar uma reunião com esses "cientistas" - no campo deles, você no singular, eles no plural - e tentar enfiar algo diferente em seus cérebros acostumados a décadas de repetições mecânicas.

Além disso, por que alguém faria isso quando se trata de chegar ao público em geral? Pode ter havido um tempo em que os amigos do Altman eram os guardiões de um portal pelo qual era quase indispensável passar antes de se dirigir ao povo, mas agora que as muralhas foram derrubadas (e no máximo substituídas por um murinho baixo de censura) eles não têm como impedir esse contato. 

Não adianta, caro porta-voz, ficar nas ruínas da velha porta desafiando os invasores a passarem por ali. Vocês é que precisam correr para tentar impedi-los de avançar pelos amplos espaços ao lado. É neles que se dão atualmente as discussões. Sinta-se à vontade para entrar em quantas quiser.

Superiores

Olavo de Carvalho, para quem a direita deveria fincar pé na academia, poderia não concordar com o que eu acabei de escrever. Ele adoraria enfrentar os esquerdistas de lá, mas eles fugiam dessa briga alegando que não se rebaixariam a discutir com um mero astrólogo, como o chamavam depreciativamente. 

E eu acho que fogem ainda. Fazem aquela pose, mas o mundo externo, em que qualquer um pode humilhá-los ressaltando a contradição entre "defender o regime cubano" e "defender a democracia", lhes parece assustador. Creio que o Altman, que é um jornalista, não realmente um acadêmico, não está falando por muita gente além de si mesmo.

Para concluir, o porta-voz afirma que uma vez tentou discutir com o Olavo, mas foi este quem fugiu do desafio. Não é o primeiro a dizer algo parecido... depois que o Olavo morreu e não pode mais contestar a acusação. Mas não duvido ele tenha realmente se recusado a perder tempo com alguém que considerava de baixo nível intelectual. Pelo menos nisto há um consenso: todo mundo se acha superior.


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