quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Ódio às mulheres

Quando entro no TikToc depois dos jogos, vejo centenas de edições. Se levanto minha camisa para limpar o suor, o resultado são cinco edições com música sexy. Às vezes quando estou caída no chão, penso: 'esta é uma posição desfavorável'. Isso se tornou um problema para mim porque muitas pessoas dão zoom enquanto você está deitada.

Quem reclama é a jogadora de futebol alemã Lena Oberdorf. E quem nos conta o drama da pobre moça é a colunista Alícia Kein, do UOL, que explica por que tudo acontece. Segundo a colega e correligionária da Milly Lacombe, tudo se resume a uma coisa: os homens têm "ódio às mulheres".

Para provar que não tenho, eu até substituí as imagens da Oberdorf pelas da croata Ana Maria Markovic, que não se importa de fazer edições sexy de si mesma e, para ser educado, joga muito mais que a reclamona alemã. Mas eu confesso que tenho uma bronca das mulheres brasileiras como um todo.

A questão é a posição política. Independente da honestidade das eleições, dos idiotas isentões e tudo o mais, todas as pesquisas mostraram que Bolsonaro foi o preferido dos homens e teria vencido em 2022 se estivéssemos naquele tempo em que mulher não tinha direito a votar.

Parte disso pode ser creditado à pandemia. Normalmente mais preocupadas com a saúde e certamente mais afetadas pela propaganda do vírus assassino e da vacina salvadora, as mulheres acabaram comprando com mais facilidade a ideia do Bolsonaro insensível que não queria salvar o povo.

Melhorou um pouco de lá para cá, o número de homens e mulheres que tinham uma visão positiva do Molusco e passaram a ter uma negativa é mais ou menos igual. Mas os números totais ainda são favoráveis ao descondenado entre elas. E a diferença é considerável, de acordo com uma pesquisa Atlas divulgada ontem:

Entre os homens, 59% desaprovam e 38% aprovam o elemento.

Entre as mulheres, 44% desaprovam e 53% aprovam. 

O mais curioso é que no tempo do PSDB era entre as mulheres que o ex-presidiário tinha menor apoio. A cadeia o terá deixado mais simpático a elas? Isso é resultado da lavagem cerebral que a Globo enfia entre as novelas cujo público é majoritariamente feminino? Algum motivo deve haver para a inversão.

Todos a odeiam

A boa notícia, como já foi dito, é que a aprovação do sujeito continua abaixando nos dois sexos. E parte disso pode ser creditado àquela que vai junto, cuja popularidade despenca mais que a dele. Na última pesquisa do mesmo instituto, em outubro, ela era desaprovada por 48x40, agora o placar está em 58x32. É o ódio, diria Alícia, mas a verdade é que a rapariga é mesmo insuportável.

Outras boas notícias da pesquisa

No Nordeste, o atual governo colheu um ruim/péssimo de 41% contra um ótimo/bom de 37%. É pouco, mas é uma mudança sísmica para a região em que se concentram os seus apoiadores. E apoiadoras, muitas das quais com o balde pronto para correr atrás do próximo bolo.

O pior índice do expre está entre os evangélicos: 80% o reprovam. Apesar de suas tentativas de cooptação, este público, que continua a crescer e já deve constituir mais de um terço do eleitorado, se mostra cada vez mais antipetista. Talvez dê para resolver o problema do apoio das mulheres botando uma evangélica como candidata, quem sabe? A Alícia iria odiar.


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