domingo, 9 de fevereiro de 2025

O gerente enlouqueceu

Uma possível explicação é que tudo seja uma jogada ensaiada com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que é mais simpática à esquerda e passou anos sem dar importância às várias e fundamentadas denúncias contra os abusos antidemocráticos do regime PT-STF.

Prevendo a pressão do governo Trump, a galera pode ter concluído que era melhor se adiantar e esvaziar o problema. Os amigos da CIDH marcariam uma visita cujo objetivo oficial seria conhecer a situação do Brasil in loco, e os amigos do STF liberariam contas retidas pouco antes de sua chegada.

Com isso o pessoal da CIDH poderia emitir um relatório em que admitiria que alguns usuários foram afastados das redes no decorrer das investigações sobre um possível golpe de Estado, mas isso já é coisa do passado e hoje todos os internautas brasileiros gozam de plena liberdade de expressão. Ou algo parecido com isso. 

Seria um belo joão-sem-braço, mas, tanto aqui como no exterior, a mídia de esquerda nunca se constrangeu com o ridículo e fingiria levá-la a sério. Dá para antever uma Daniela dizendo "desculpa te interromper, Natuza, mas a gente precisa lembrar que a CIDH esteve aqui e confirmou que tudo era mentira da extrema direita". 

A partir daí tudo dependeria do grau de pressão dos trumpistas. Se estes deixarem para lá, o regime para a "abertura" por aí; se insistirem, abre o quanto for necessário. Mas sempre usando a CIDH como um anteparo para dizer que não estão cedendo a um governo estrangeiro, apenas seguindo conselhos de um órgão internacional.

Isso seria válido mesmo que o Chris Smith criasse sua prometida legislação especial para o Brasil ou o governo Trump viesse realmente a punir o lawfare contra a direita e a liberdade de expressão. Em qualquer situação a CIDH se apresentaria como alguém que está resolvendo a situação pacificamente através do diálogo.

No limite o regime teria que aceitar uma anistia votada pelo Congresso, a elegibilidade de Bolsonaro e o que mais fosse. Mas tudo isso seria vendido pela imprensa como prova de que nossos supremos são honestos e imparciais, merecendo continuar onde estão. Se não tiver outro jeito vão-se alguns anéis, ficam os dedos e a pose.

Outra possibilidade

A segunda hipótese é a do gerente que enlouqueceu, colocou os preços lá embaixo e decidiu distribuir brindes a quem apenas visita a loja. Nesse caso, Xandão teria acordado invocado, com o coração subitamente generoso, e dito para si mesmo: "Ah, deixa esse pessoal falar o que quiser, vou liberar todo mundo hoje".

Deve haver uma terceira possibilidade, e uma quarta e uma quinta. Mas conhecendo os malandros, eu fico com a primeira.

João-sem-braço

Fui conferir se ela ainda tinha hífen e descobri que a expressão é mais antiga que o Brasil. Muitos dos que se tornavam inválidos por alguma guerra acabavam tendo que pedir dinheiro nas ruas para se sustentar. E como esses ex-combatentes despertavam mais simpatia e ganhavam mais dinheiro, alguns mendigos profissionais fingiam ter perdido um membro para se passar por um deles. 


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