sábado, 8 de fevereiro de 2025

Até o talibã

Além da fortuna em armamentos e equipamentos diversos que deixou de presente para os fanáticos ao decretar a desastrada retirada do Afeganistão, descobre-se agora que Joe Biden continuou apoiando os talibãs através dos 21 bilhões de dólares que a Usaid colocou no país desde então.

Os destinatários oficiais da dinheirama são ONGs que atendem à enorme população carente afegã. Mas mesmo que os valores sejam inteiramente repassados e bem utilizados - quem controla isso num país como aquele? - é evidente que o governo local se beneficia dessa generosidade que não exige contrapartida.

Essa ausência é ainda mais estranha. Os doadores poderiam ao menos vincular a ajuda a alguma causa humanitária legítima, como o direito das meninas a frequentar escolas. Mas não há nada nesse sentido. Pelo menos nada que se conheça, pois muitas coisas podem ter acontecido por baixo dos panos.

Coisas como, por exemplo, a velha corrupção. Invisíveis 1% de 21 bilhões são 210 milhões, se os cheques exigem dez assinaturas sobram mais de 20 milhões para cada uma. E essa é só uma hipótese descrita de maneira grosseira, interesses mais escusos e esquemas mais sofisticados poderiam se abrigar tranquilamente nesses bilhões. 

Independente disso, cerca de 60% dos 42 milhões de afegãos necessitam de ajuda externa para sobreviver. Nesse contexto, o fim da mesada da Usaid representará um baque que pode se transformar num fator de agitação social e desestabilização do próprio regime talibã. Os barbudinhos já devem estar com saudade do velhote gagá.

Pânico

Na Gazeta do Povo de hoje, um artigo assinado por Ben Shapiro comenta o desespero democrata com o fim da Usaid, agência por eles utilizada para continuar implantando suas políticas mesmo fora do governo. Segue o seu final:

É exatamente isso que os democratas estão enfrentando agora: a enorme base de poder burocrático que construíram e consolidaram ao longo das décadas está sendo gerida por pessoas que desprezam. E essas pessoas estão desmantelando muitas das estruturas que sustentavam essa rede.

O pânico se instala porque, enquanto a maioria das ações executivas é transitória e pode ser revertida, uma demolição do Estado administrativo cuidadosamente arquitetado pelos democratas não é.

Trump e Musk estão fazendo algo sem precedentes na direita: estão cumprindo a promessa de drenar o pântano. Estão se movendo rapidamente e desfazendo estruturas enraizadas. E os uivos dos democratas - que afirmam se preocupar com os interesses da América no exterior - refletem algo muito mais profundo: um medo existencial de que seu império burocrático esteja sendo desmontado diante de seus olhos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário