"Grande parte da sociedade civil - da comunidade empresarial, à educação superior, até partes da mídia corporativa - tem permanecido assustadoramente silenciosa, até conivente", lamenta o artigo em que o Editorial Board do New York Times, publicado hoje pela Folha (aqui), pede para os opositores não se desligarem.
O texto é longo, mas após a introdução eles o dividem em cinco tópicos: a tomada do controle executivo por Musk, governo contra funcionários públicos (os inimigos de Trump), arrogância imperial do presidente e ataques aos aliados, saúde pública em risco, ataque do presidente aos direitos civis.
Os "ataques" do último item incluem a alegada imposição de uma visão do mundo (como se a esquerda não impusesse a sua), mas se concentram no encerramento da baboseira identitária e destacam a questão dos transgêneros (inclusive das "crianças trans", que são especificamente mencionadas logo na introdução).
Depois de tanto tempo tratando aberrações como fatos normais, os jornalistas do NYT tratam a normalidade como uma aberração escandalosa. O que não deixa de ser bom em termos de guerra cultural/eleitoral, pois separa bem os lados e permite que a população escolha o que lhe interessa.
Já as críticas à política externa tem sua lógica, mas isso não significa que estão corretas. O estilo "imperial" de Trump pode dar certo ou pode ser revertido quando lhe interessar. Além disso, pode-se dizer que ele está apenas explicitando o que outros faziam na surdina (vide a interferência de Biden em nossa última eleição).
De resto, tudo se resume ao pavor de ver que o presidente está cumprindo o que prometeu na eleição e desmontando boa parte do Deep State. A preocupação com os funcionários públicos, a qualidade de seus serviços e a saúde da população é a desculpa que eles tentam encontrar para manter os esquemas que julgavam imutáveis.
Pedra sobre pedra, esses caras passaram décadas construindo um castelo que parecia imune a qualquer troca de governo. De repente descobrem que o castelo era de areia e Trump é o menino que vem chegando com o baldinho cheio de água para derrubá-lo. Para eles, é mesmo apavorante.
Mas o melhor de tudo é ver como a crista dessa turma está baixa em relação a 2016. Quando Trump assumiu pela primeira vez (e foi muito mais tímido do que agora) eles berravam arrogantemente como se ele não tivesse direito de fazer nada que lhes desagradasse. Agora reclamam baixinho e pedindo ajuda aos antigos parceiros.
Sabem que perderam muita credibilidade de lá para cá e, embora ainda tentem falar em nome da "sociedade civil", já não encontram muito apoio entre a população. Escrevem como se não fosse assim, mas terão que engolir o Laranjão. Se eles não estão, ele e sua equipe estão bem ligados.
A imagem acima ilustra o artigo do NYT.
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