Quem não tem popularidade real, tem instituto de pesquisa. Como previsto, a pesquisa torta da filopetista Quaest serviu de base para todo tipo de análise favorável ao descondenado. Ele estaria um pouco em baixa agora, mas derrotaria cantores e políticos com seu carisma e a força da máquina governamental.
No Ex-tadão, eterna viúva do tucanismo e da terceira via, Fabiano Lana acreditou piamente no instituto e se dedicou a explicar que a culpa por ainda não temos um candidato viável contra o petismo é de Bolsonaro, que não deixa as diversas correntes de centro e direita se unirem em torno de um nome de consenso desde já.
Lana não tem ideia de quem seria esse candidato ideal, mas garante que basta Bolsonaro desistir para ele emergir. Mas tem que ser agora, avisa o colunista, o candidato precisa de tempo, se deixarem para o meio do ano que vem será tarde demais.
Reclamando ainda que Bozo tranca tudo para lançar um nome de sua confiança em cima da hora, ele o compara ao presidiário que teria perdido a eleição de 2018 por ter demorado a ungir Taxad como sucessor. Mas as situações não são exatamente paralelas e a sua tese principal já cansou de ser derrotada pela realidade.
Em junho de 1994, por exemplo, tal era sua vantagem nas pesquisas que o então sindicalista estava viajando pelo mundo e dando palestras como futuro presidente do Brasil. O Plano Real foi lançado em julho e, montado em sua popularidade, FHC venceu no primeiro turno em outubro.
Mesmo em 2018, a história não é como Lana conta. Foi aí por junho daquele ano que Geraldo Alckmin fechou o enorme leque de apoios com que tentava chegar à presidência. Quase metade do tempo de TV era seu, tudo parecia a seu favor. Até aqui no blog, a maioria pensava em votar inicialmente nele.
Bolsonaro foi crescendo conforme Alckmin exagerava ao agredi-lo e "esquecia" de bater no PT. E talvez só tenha dado o salto decisivo após o atentado sofrido em setembro. Embora tivesse se lançado à presidência com grande antecedência, ele foi muito mais candidato de chegada do que Taxad.
Pelo mundo então, não faltam exemplos de sucesso de candidatos aparentemente fracos, mas lançados com urgência no lugar de alguém injustamente afastado. Pode ser uma esposa, pode ser um filho. Isso acabou de acontecer na Venezuela, onde a oposição só não levou porque Maduro roubou descaradamente a eleição.
Não se preocupe, Fabiano, o candidato vai aparecer.
Viajando com Rubio
Para onde os trumpistas enviarão os imigrantes ilegais que fazem parte de gangs se os seus países de origem não quiserem recebê-los de volta (ou se os mandarem de novo para os EUA, como estariam fazendo o governo de Maduro e outros? Para El Salvador, onde Bukele já construiu acomodações suficientes para todos.
Cada enxadada, uma minhoca; num dia acertou a questão do Canal do Panamá, no outro o dos bandidos imigrantes, está indo bem até aqui o Marco Rubio em sua primeira viagem pelo quintal. Grita mais aí, Boaventura, as grandes manifestações populares da esquerda latino-americana precisam começar logo.
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