Anteontem, o brasilianista Brian Winter disse que o primeiro tiro do "canhão retórico" seria um tuíte. Mas a funcionária da Globo deu a deixa e o Trump nem levantou a cabeça dos papéis que estava assinando para disparar o recado básico: Vocês precisam de nós, nós não precisamos de vocês.
Ontem, no programa do UOL que reúne o Zé Bonitinho, o Sakasoros e a pilantrinha que debocha de exilados políticos brasileiros que trabalham nos EUA, o ex-embaixador Rubens Barbosa revelou que os que precisam não mantiveram nenhum contato de alto nível com os que não precisam. Nem mesmo tentaram manter, parecem temer fazê-lo.
Hoje os jornalistas amestrados repetem com mais ansiedade a mensagem que parecem ter recebido - é você, Sifrônio? - do comando central: Não há problema algum, nada vai mudar, as relações institucionais entre os dois países não serão afetadas por questões ideológicas, fiquem tranquilos, não se assustem.
Isso faz a gente pensar num passageiro que é recebido pela aeromoça com um "bom dia, e não se preocupe porque não há risco do avião cair". Ele senta na poltrona e outra bate no seu ombro: "mantenha-se calmo, o avião vai aguentar". Aí vem a voz do comandante: "bem-vindos a bordo e não fiquem nervosos porque o avião não vai cair".
Sei não, vai se criando um clima...
Fora do Capitólio
O problema dos bolivarianos brasileiros se torna mais agudo porque o que lhes falta de interlocução de alto nível com os "nazistas" está bem desenvolvido entre seus opositores, representantes da quase totalidade do Brasil produtivo e da grande maioria dos eleitores alfabetizados do país.
Nesse sentido, um dos aspectos mais burlescos de suas ações autotranquilizadoras é a tentativa de minimizar a importância do convite feito ao presidente Bolsonaro (só a ele, não ao usurpador descondenado) e à presença de seus familiares na posse do presidente Trump.
Alguns ainda colocam em dúvida a existência do convite. Outros passaram a dizer que qualquer um podia ir - a Folha chegou a mostrar um vídeo em que Pablo Marçal fala com Trump em outra ocasião como se fosse na posse. E outros se apegam ao fato da Michelle e do Eduardo não terem entrado no Capitólio no momento decisivo.
Eles participaram do selecionadíssimo baile da vitória, o Eduardo já tem uma relação pessoal com o entorno do Trump etc. Mas estava muito frio e o auge da cerimônia, que seria realizado em frente ao Capitólio, precisou ser levado para um espaço onde mal cabiam os nativos que neste caso deviam ser mesmo privilegiados.
Se os petistas querem fingir que isso retira o peso da relação de Trump com a direita nacional, só podemos lembrar do que aconteceu em março de 2024, quando os deputados que foram aos EUA denunciar a nossa ditadura acabaram dando uma entrevista fora do Capitólio.
Naquela ocasião eles falariam numa comissão que acabou sendo boicotada por um deputado democrata ligado aos globalistas e à esquerda brazuca. E os petistas debocharam e acharam que tudo tinha acabado ali. Só que não acabou. Pelo contrário, a partir dali foi se criando um clima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário