A imprensa de viés esquerdista critica, mas não há nada parecido com o alarido e as manchetes catastróficas de oito anos atrás. Trump chutou a OMS, um geme que não estaremos "preparados para a próxima pandemia". Dispensou o acordo de Paris, outro repete o aborrecido discurso da temperatura mundial.
E assim é com tudo. Se em 2016 ele decretasse que só existem dois sexos, hoje os jornais estariam repletos de artigos de jornalistas e professores irados com o que chamariam de "perseguição aos LGBXYZ". Olhando os daqui só se vê os resmungos de uma Raquel Landim, umas das mais fraquinhas da galera em termos intelectuais.
E os artistas, que antes tanto gritavam? Dizem que os de Hollywood estão quietos porque os produtores pretendem dar uma guinada conservadora e ninguém quer ficar de mal com o presidente que pode regulamentar o direito de imagem dos grandes astros em programas de Inteligência Artificial.
Mas não é só o interesse financeiro, que nem existe em boa parte dos outros casos. A turma se abalou de verdade ao sentir o desprezo que amplos setores da população têm por suas ideias idiotas e suas sinalizações de virtude. E lá no fundo foi obrigada a reconhecer que seus adversários têm razão.
Não há como ser diferente. É óbvio que eles sempre souberam que as condições mentais de alguém não alteram a sua biologia, que o planeta sempre esquentou e esfriou, que a gestão da pandemia foi desastrosa, que levantar dúvidas sobre uma substância pouco testada seria a obrigação de um jornalismo decente e tudo o mais.
Também é óbvio que eles não vão dar o braço a torcer. Mas apesar de manterem o discurso de outros tempos já o repetem meio mecanicamente, perderam a convicção anterior. Reclamam, mas já não gritam.
YMCA
Sem coragem de encarar o principal, muitos se dedicaram a analisar bobagens secundárias como o destaque dado à música do Village People. A escolha do possível "hino gay" seria a revelação de desejos ocultos por um verniz de homofobia? Provaria que o trumpismo é coisa de velhotes decadentes com saudades da juventude?
Mas o que ela tem a ver com o trumpismo é ser justamente a expressão de uma época em que esse tipo de análise idiota não se criava. Em que não havia regrinhas sobre palavras aceitáveis e piadas permitidas, nem Estado-babá querendo saber se você colocou o cinto de segurança. Problema deles se os bichas gostaram dela - e bicha era bicha e negão era negão - o pessoal curtia a música pelo embalo, pela energia.
Nada a ver também com saudosismo, um jovem pode escutar a música hoje e entender sua mensagem sem saber nada dos velhos tempos. A música é uma obra de arte (popular, mas é), fala sozinha, se explica por si. Que os lacradores não compreendam sua associação ao Trump diz muito sobre eles.
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