segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Tiros em Manhattan

Pode ser que alguém o denuncie em troca da recompensa de 50 mil dólares e o prendam a qualquer momento, mas já se passou quase uma semana e, com FBI e tudo, a polícia americana ainda não sabe quem matou o principal executivo de uma empresa de planos de saúde numa rua movimentada de Nova York.

O assassino usou uma identidade falsa e procurou se esconder vestindo roupas de frio com capuz e luvas. Mas pegou um ônibus em Atlanta, hospedou-se numa pousada, bebeu uma garrafa de água, fugiu por ruas movimentadas. E em todo esse trajeto foi filmado várias vezes e deixou digitais e traços de DNA.   

No entanto, mesmo com tudo isso e com a atenção que a mídia dá ao caso, não conseguem identificá-lo. Como disse um porta-voz do FBI, as pessoas pensam que eles têm a ficha de todo mundo e basta jogar os dados obtidos em um computador para identificar alguém, mas isso não é verdade.

O outro problema é aquele que a recompensa tenta resolver: o assassino conta com a simpatia popular. Todos acreditam que ele perdeu algum ente querido em virtude da enrolação do plano de saúde interessado apenas em seus lucros e decidiu fazer justiça com as próprias mãos.

Ninguém pode ter certeza de nada, o atirador pode ser até um profissional que deixou pistas para desviar a atenção da polícia, mas as pessoas pensam nele como "alguém que defende sua família como qualquer um de nós faria" (e no executivo como o bandido ganancioso que levou o que merecia). O povo torce por ele.

Temor generalizado

Segundo informa hoje a imprensa, altos executivos, principalmente da área da saúde, também acreditam na hipótese do vingador e estão preocupados com a própria segurança. Eles já vivem recebendo ameaças pela internet, podem ser os próximos alvos se resolver as coisas à bala virar moda.

Podem mesmo. O que é ruim, mas tem um lado positivo. É bom lembrar que quem apronta demais sempre corre o risco de topar com um doido que decide retirá-lo de circulação sem se preocupar com as consequências. Passear em Manhattan perde um pouco da graça se você precisar ficar olhando o tempo todo para os lados. 


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