terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Perspectivas da ilhota

Parece que ela está forte porque ninguém mais se atreveu a reclamar depois que participantes dos grandes protestos de 2021 foram punidos com penas que incluem  décadas de prisão apenas por participar de uma passeata. Mas se continuar assim, a ditadura cubana não dura muito tempo.

Veja só o que aconteceu. Com as pessoas perdendo totalmente a esperança de viver em um país livre e próspero, a solução foi viver em um país livre e próspero. Outro país, em geral os Estados Unidos ou a Espanha. O exílio cubano, que começou em 1959 e sempre foi grande, acentuou-se notadamente.

Em números, entre o final de 2021 e o final de 2023 a população da ilhota caiu de 11,2 milhões para 10,1 milhões de pessoas. Isso de acordo com levantamentos de entidades controladas pelo Partido Comunista de lá, tão confiáveis quanto os do IBGE sob comando de militantes lulopetistas.

O Instituto de Pesquisas Cubanas da Universidade da Flórida concorda com os 11,2 milhões de 2021, mas diz que eles despencaram para 8,6 em 2023. Numa conta simples, se essa média se manteve em 2024, o total de residentes em Cuba já caiu para 7,3 milhões.

Por que o regime não impede a saída dessas pessoas? Houve época em que ele fazia isso e os que queriam deixar o paraíso vermelho precisavam se arriscar em fugas que muitas vezes terminavam em tragédia. Mas agora os dirigentes comunistas só pensam que terão menos bocas para alimentar.

Com uma economia que nunca conseguiu se sustentar, a ditadura cubana sempre dependeu de aportes externos e sofreu um baque com o fim da União Soviética e sua mesada. Ganhou alguma coisa com o tráfico de cocaína. E depois apelou para o turismo, criando quase um país paralelo para quem era de fora.

Curiosidade sobre a nação parada no tempo, segurança, belas praias, preços acessíveis, prostitutas baratas para os rapazes sozinhos... tudo estava indo bem. Mas a concorrência do Caribe não ficou parada e a tacanhez do país logo perdeu a graça. Com a pandemia o turismo se foi, e nunca mais voltou ao que era.

Outros planos não deram certo. Com a tecnologia atual, nem Rússia nem China se interessam em manter bases militares na cara dos EUA. Poucos navios comerciais fazem escala no porto que o PT lhe presenteou e a sua autodenominada putinha garantiu que era um excelente negócio até para nós.

Tudo decaiu. A educação é sofrível, a saúde também, nem a propaganda oficial esconde mais. Há uma crise habitacional. A ração oferecida pela ditadura ao povo é cada vez menor, coisa de um ovo por semana e similares, o "corpitcho da cubana" que encantava o Fernandes é só falta de comida. 

Milhões de cubanos hoje dependem do dinheirinho que seus parentes exilados conseguem lhe mandar. Mas o último problema é que boa parte dele vem dos EUA e Trump deve dificultar seu envio para a ilha como fez no mandato anterior. 2025 promete ser um ano complicado para quem vive por lá. 

Mas nem tudo é ruim. Sem engarrafamentos, o trânsito é uma maravilha.


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