quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Da pontinha

Em primeiro lugar, um alerta aos jovens antibolsonaristas. A colega de vocês - de antibolsonarismo, não de juventude -, Nina Lemos, já avisou que esse negócio de tentar dar um tom depreciativo ao termo "boomers" é etarismo, um dos crimes comportamentais que as gerações X, Y e XYZ devem evitar.

Dito isso, eu não consegui encontrar uma imagem em que alguém faz o gesto acima numa propaganda ou numa foto familiar antiga. Mas quem cresceu naquele mundo em que havia cursos de datilografia deve ter visto algum adulto fazê-lo, muito provavelmente com os dois dedos unidos ao lado do rosto, perto da orelha.  

Era o modo de dizer que algo era muito bom, "da pontinha da orelha" ou "Ok". A primeira expressão é nacional e provavelmente tem a ver com o que as mulheres, que mais faziam o movimento, colocavam na ponta da orelha: um brinco. A segunda é de origem americana e os dedos indicam as duas letras que a compõem. Aqui elas se misturaram.

Pois os cursos de datilografia acabaram, alguns homens passaram a usar brinco e o gesto caiu em desuso, principalmente entre nós porque o pessoal foi ficando mais desbocado e bastava inverter a mão para mandar alguém tomar naquele lugar.

O OK gringo também parecia coisa de filme antigo. Mas eis que, alguns anos atrás, fomos repentinamente informados que também houve uma mudança nos EUA e ele agora seria usado por brancos racistas e significaria White Power, com o K virando W e emprestando uma perninha para o O se tornar P.  

É complicado identificar essa utilização porque muitas pessoas podem unir o polegar ao indicador para frisar um detalhe que está sendo abordado durante um discurso, limpar o paletó ou seja lá o que for. Para ter certeza de que alguém está propagando o racismo você teria que praticamente adivinhar sua intenção.

Mas essa ausência de objetividade não assustou nossa imprensa desonesta e esquerdista. Eles decidiram que Bolsonaro era racista, mesmo sem nunca ter cometido nenhum ato nesse sentido. E decidiram de novo que o gesto seria racista se feito por algum bolsonarista.     

Foi assim que o assessor Filipe Martins limpou o paletó e acabou transformado num terrível supremacista branco. Ele foi formalmente acusado desse crime. E não bastasse todas as injustiças que já sofreu, acaba de ser condenado em primeira instância por um juiz acostumado a absolver corruptos petistas.

Terá apenas que pagar uma multa, mas é um absurdo atrás do outro. Bolsonaro que se cuide porque a mesma imprensa já o acusou de racismo por beber leite durante uma live em que homenageou os produtores de leite! Que ninguém se espante se as rigorosas investigações concluírem que o golpe também era racista. 


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