Recomendado por um artigo do famigerado Pablo Ortemlado, Michael Petersen, professor da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, discute coisas como a influência da "infodemia" (disseminação de notícias falsas) em painéis com nomes como Ameaças de Futuras Pandemias. Mas em todo lodo pode brotar uma flor.
Neste caso ela foi descoberta em solo americano, onde a equipe de Petersen procurou avaliar a "disposição psicológica destrutiva em relação à ordem social", medindo-a pelo grau de concordância dos entrevistados em relação a afirmações como "Eu preciso do caos ao meu redor" ou "Às vezes eu só quero destruir coisas bonitas".
A conclusão foi que cerca dez milhões de americanos (5% da população adulta) possuem esse espírito destrutivo e se dedicam a espalhar rumores e informações falsas pelo mero prazer de dar vazão à sua agressividade reprimida e tocar fogo no circo em que julgam terem lhe dado o papel de palhaço. Quanto mais sua desinformação se espalha, mais eles sentem que recuperam um status que lhes foi roubado.
Vendo quem são os pesquisadores e o que eles descobriram, a gente já pensa que isso é mais do mesmo e lá vem aquela história dos homens brancos ressentidos sem título universitário que apoiam a extrema direita. Pois aí é que está a novidade.
Em primeiro lugar, os disseminadores do caos não estão nem aí para a linha política que será prejudicada. Eles espalham o que vier, seja contra a esquerda, a direita ou muito antes pelo contrário. Seu negócio é chocar, "mobilizar contra a elite corrupta", causar mal-estar em alguém.
Em segundo lugar, os trolls mais violentos são os homens negros. Depois vêm as mulheres negras, os homens brancos e as mulheres brancas. A grande diferença em termos de cor é que os negros se sentem oprimidos como grupo e os brancos veem sua opressão como uma questão individual.
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Este núcleo pode ter uma segunda camada, composta por odiadores mais próximos de uma linha política e interessados apenas em prejudicar a adversária. Se o percentual calculado pelo Petersen estiver correto e esse segundo grupo tiver o tamanho do primeiro, o total de maldosos chegaria a 10% da população adulta.
Mas ainda que ele seja muito menor que isso, nós estamos falando de milhões de pessoas que tentam bagunçar conscientemente o coreto por conta própria. O que mostra o quanto é estúpido você querer eliminar a "desinformação" da internet procurando/inventando exércitos organizados em "gabinetes do ódio".
Não que estes não possam existir, é óbvio, nós temos o exemplo nativo dos MAVs (ou que outro nome tenham hoje) mantidos pelo PT há mais de uma década. A questão é que não adianta combater essas tropas organizadas quando há um número imensamente maior de terroristas agindo sem um comando central.
O único combate eficiente é deixar que as pessoas se acostumem com as redes e aprendam a detectar quem mente através delas como fazem nos contatos pessoais, sem o auxílio não solicitado de "civilizadores" como o juiz deslumbrado e da censura tão defendida por gente como o Ortemlado.
Mas parece evidente que os Ortemlados da vida sabem bem disso e não será a admiração pelo trabalho de um Petersen que os fará mudar. Seu objetivo com a censura sempre foi outro, eles apenas o disfarçam. São odiadores mais sofisticados.
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