Os negros são para os democratas americanos o que os analfabetos são para o lulopetismo: reservas de votos, um rebanho eleitoral cativo que só precisa ser ordenhado a cada eleição. Por isso o jornalista (negro) Charles Blow, que escreve hoje na Folha, está assustado com a baixa adesão a Kamala entre eles.
Os números ainda estão bons entre as mulheres negras, mas caíram entre os homens para "apenas" 70% de apoio em pesquisa do NYT. Charles levanta outras possibilidades, mas conclui que o maior problema deve ser realmente o "patriarcado", que torna desconfortável entregar a chefia a uma mulher.
Mas se fosse por isso, por que na primeira eleição de Trump as pesquisas diziam que 89% dos negros apoiavam a branquela Hillary? Talvez muitos negros também estejam preocupados com a economia. Ou tenham olhado direito para a candidata e concluído que a Kamala não passa de uma imbecil.
Números reais
Um colunista da Gazeta do Povo diz que, para não perder a noção do que o povo realmente pensa, deveríamos sempre contar os votos em branco ou nulos e as abstenções. É verdade, se dois candidatos empatam e 40% do eleitorado não votou em ninguém, cada um deles tem na realidade apenas 30% de apoio.
O mesmo vale para as pesquisas e uma realizada por uma entidade negra e divulgada pela CNN oferece uma visão diferente ao não esquecer os indiferentes. De acordo com ela, entre os negros de ambos os sexos Kamala tem 63% e Trump 13%.
Entre as mulheres negras, Kamala dá um banho em Trump, vencendo por 67x8. Entre os homens negros com mais de 50 anos, ela teria 77% dos votos. Mas entre os homens mais jovens, mais preocupados com a concorrência de imigrantes ilegais que com as lutas antirracistas do passado, sua vantagem cai para 49x26.
As coisas parecem estar mudando aos poucos, mas por enquanto os democratas podem confiar no voto negro como os lulopetistas confiam no dos analfabetos. Se as pesquisas estiverem certas, é claro, pois aqui como lá elas erram bastante.
Sistema eleitoral
Enquanto surgem as primeiras denúncias de fraude nos estranhos sistemas de validação de eleitores e voto por correspondência, o UOL faz um levantamento de como os americanos votam e como seus votos são contados país afora.
Como todos sabemos, lá também existem urnas eletrônicas. E a matéria informa que o percentual de eleitores que as utiliza corresponde a 5% do total (3,6% com voto impresso e auditável, mais 1,4% com o sistema brasileiro/butanês, de total confiança na honestidade dos programadores).
O divertido é que o UOL finge se espantar com o fato de um país com uma tecnologia tão avançada "ainda" não ter migrado para o evoluído modelo butobrasileiro. Deve ser pelo custo das urnas, eles se arriscam a dizer.
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