quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Sangue latino

Um dos problemas de dividir as pessoas por raça é descobrir que elas não se veem como o grupo unido que existia em sua mente. E um dos acabou de passar por essa experiência é Chamil Jade, para quem "Trump xinga, ofende e promete deportação, mas vê apoio de latinos crescer", título de sua coluna de hoje no UOL.

"Xinga" e "ofende" não são sinônimos? Bom, deixa pra lá, o que importa é que Chamil está surpreso com o crescimento do apoio a Trump entre os latinos, de 25% há quatro anos para 37% hoje. O apoio aos democratas também cresceu no período, porém menos, de 47% para 56%.

Obviamente, deve haver latino com receio de ser deportado ou que se identifica com os que chegam ao país sem nada. Mas a maioria deles não se sente ofendida quando Trump fala de gangs venezuelanas entrando sem controle e entende quando ele diz que os recém chegados vão tirar empregos dos próprios latinos que já estão nos EUA.

Ainda existe a questão dos costumes e a bronca de quem fugiu das ditaduras esquerdistas da América Latina. Na Flórida, tradicional abrigo de anticastristas, a situação já virou. Hillary teve 62% dos votos latinos em 2016 e Biden levou 53% em 2020, mas Kamala tem 40% das suas intenções atuais de voto contra 58% de Trump.

A maldição de Montezuma

Quando estava no secundário, Chamil também não entendia por que os "povos nativos" do México não apenas não se uniram contra o invasor espanhol, mas chegaram a auxiliá-lo em número considerável. Está certo que eles tinham suas briguinhas, mas eram todos mais ou menos da mesma etnia, deviam se ver como tal.

Acontece que não se viam. E não eram tratados assim pelos "irmãos" astecas, que oprimiam os demais como qualquer boa ditadura fez com seus súditos depois. Mesmo quando o conquistador europeu traiu seus aliados de primeira hora, seu jugo era considerado mais suave que o da turma dos sacrifícios na pirâmide.

Algo interessante é que os espanhóis criaram um complexo sistema de classificação racial dos conquistados. Um troço que recorda o nosso "mulato, cafuzo e mameluco", porém definido de maneira oficial e com diversas subdivisões, cada qual com seus direitos e deveres. O Império Espanhol, quem diria, foi o primeiro identitário da história.

Depois eles passaram a tratar todos como súditos do rei. Dizem que mudaram porque o sistema de castas se revelou muito confuso, mas alguns acreditam que o verdadeiro motivo foi a revolta dos anões albinos, da qual você nunca ouviu falar porque os registros foram queimados pelos padres fanáticos que os guardavam.

A mulher inteligente

Falando das mulheres, outro grupo unido na cabeça de gente como o Chamil, eu já perdi a conta das vezes em que vi alguém dizer que Pablo Marçal declarou que mulher inteligente não vota em mulher. Ele disse outra coisa, que a inteligente não vota em outra mulher só por ser mulher. Mas eles tentam criar um slogan negativo para pregar no sujeito. E isso que hoje existe a internet para desmascará-los.

A tia chantageada

Tia Reinalda está furiosa por Nunes ter cancelado sua presença no debate do UOL, Folha e RedeTV. Faz muito bem, para que vai dar trela para gente abertamente subordinada ao petismo? Vai no da Globo e olhe lá. E titia deveria explicar é onde está seu querido Apedeuta, que ainda não apareceu para apoiar o afilhado como prometeu.


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