segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Raiva editorial

Segundo uma reportagem de anos atrás, os editoriais do Ex-tadão são escritos por uma equipe de treze pessoas após reuniões diárias com o Diretor de Opinião, Ruy Mesquita. Treze pessoas não podem escrever juntas, talvez elas se revezem na tarefa, com uma escrevendo e as outras corrigindo imperfeições.

Nesse provável rodízio, os autores dos editoriais até tinham melhorado ultimamente, deixando de defender o PL da Censura e passando a criticar os absurdos do STF pró-petista, entre outras novidades. Mas o comando dos textos de hoje deve ter voltado ao mais canalha (ou mais petista) dos participantes do grupo.

Em Cuidado com o que se deseja, o sujeito chama os deputados que procuram conter os abusos do STF de "revanchistas" de má-fé, que podem ver o veneno que estariam produzindo contra o digno tribunal se voltar contra eles no futuro, quando a "direita reacionária" se tornar minoritária. E completa:

A não ser que a democracia representativa seja extinta no País, como aliás desde sempre desejaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus devotos mais radicais, essa hipótese não é implausível.

Implícita na frase está a tese que move toda a perseguição a Bolsonaro e a quem o defende, de que se deve condená-los por desejaram algo, seja um golpe, o fim da democracia ou qualquer outra maldade. Eles não fizeram nada nesse sentido, mas o editorialista precog sabe que eles desejaram fazer. E isso lhe basta.

Em A consequência do rearmamento, o autor atribui o aumento do número de roubos de armas de CACs - média de 62 por mês em 2018 contra 180 hoje, segundo o jornal - à "obsessão" de Bolsonaro por armar os brasileiros até os dentes.

Não sabemos se o aumento é consistente ou um pico esporádico. Mas, considerando que o crime deve ter milhões de armas, estamos falando da gota d'água no oceano. E sem problema para o autor do texto, que também reclama de bandidos que forjaram cadastros para comprar armas 70% mais baratas que as contrabandeadas.

Aí ele passa a falar das medidas para controlar melhor os CACs. Mas de que serve isso se o contrabando continua? O cara se preocupa com o fato do bandido ter acesso a meia dúzia de armas mais baratas, mas não com sua possibilidade de armar exércitos particulares pagando um pouco mais caro.

Fica evidente que o objetivo é criticar Bolsonaro pelo "crime" de, ao contrário do governo da época, respeitar a decisão tomada pelo eleitor que votou maciçamente a favor do direito do cidadão se armar no Referendo de 2005. Bolsonaro desejou cumprir democraticamente a vontade do povo, diria o editorialista se fosse honesto.

A queda

Muito conveniente essa queda do Molusco, pois evita que ele defenda seu parça Maduro e outros absurdos na reunião dos Brics. Foi a fuga da fuga, pois ele já ia viajar para não passar vergonha fazendo campanha para o Boulos e outros apadrinhados que o eleitor brasileiro chutará no próximo domingo.

De qualquer modo, parece que houve mesmo a queda e, embora pequeno, ainda há um risco de complicações. Vamos, portanto, manter nossas preces.

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