terça-feira, 3 de setembro de 2024

Jornalismo D4

O raciocínio rápido é importante e outras qualidades também são necessárias, mas não depender da imprensa é fundamental. Que diferença entre a entrevista de Pablo Marçal no Roda Viva de ontem e aquelas da era pré-internet (ou com candidatos que se comportam como os daquele tempo).

Quem enfrentasse os entrevistadores como ele faz seria destruído pela imprensa para servir de lição. Agora não, eles já tentaram e continuarão tentando, mas o candidato que não tem espaço no horário eleitoral não se importa com a opinião dos jornais. Que digam o que quiserem, ele se vira nas redes.

Claro que isso não é para qualquer um, Marçal é um showman. E claro que conta a antipatia de jornalistas que parecem mais arrogantes que antes enquanto exibem um nível mais baixo que nunca. Da turma de ontem se salva a Malu Gaspar. De resto, a famigerada Vera Magalhães, algumas figuras folclóricas e a tal Amanda Audi, que chegou a tascar um "cidadões".

Já acabou, Jéssica?

Assisti ao final do Roda Viva e não vi o recente debate da TV Gazeta. Mas vi que um dos entrevistadores deste último, Josias de Souza, gastou sua coluna no UOL de hoje para explicar como obrigou Marçal a se expor numa situação em que seria o último a falar.

Sem direito a tréplica, que os candidatos não aceitam porque sabem que seriam arrasados pelos profissionais como ele, nosso Zé Bonitinho conta que fez uma pergunta estilo xadrez 4D. Mas parece que ela foi tão inteligente que o pessoal não captou sua sutileza, obrigando-o a explicar como venceu.

X do problema

O que atualmente mais aflige os integrantes da nossa imprensa D4 (para o arbítrio) não é o Marçal, é a proibição do X e as demais peripécias do Xandão e do seu STF.

A direita continua acessando o X por VPN. E com mais liberdade, pois todos os perfis bloqueados foram liberados. De que adianta proibir assim, como eles vão coibir esse pessoal agora? Alguns chegam a pedir para o Xandão não multar ninguém que usa o próprio nome para não dar palanque a quem poderá usar a multa para virar político.

Em nível internacional, Tia Lúcia acha que o seu detestado Musk vai se ferrar em outros países por desrespeitar a lei local. Mas os coleguinhas que vivem aqui sabem que não é assim e temem que, a começar pelos EUA, o Elon use o caso brasileiro para expor ao mundo o autoritarismo da esquerda globalista.

E aí vem aquele discurso que dá vontade de você chutar o sujeito: os excessos (leia-se: ilegalidades) foram necessários para evitar que caíssemos na ditadura das velhinhas com Bíblia na mão, mas agora já podemos voltar à normalidade democrática. Essa imprensa D4 é cínica D+.


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