Divaldi em Nova York

Eu pensei que o movimento seria comandado pela Gazeta do Povo e a Revista Oeste, mas o Poder 360 foi o primeiro a anunciar que postará no X a partir do exterior. Nada mais fácil, basta conhecer alguém no estrangeiro, até uma pessoa física pode criar uma conta com o nome do veículo e publicar o que este lhe passar.

Uma vez que os brasileiros passaram a usar VPN em grande escala, creio que esse caminho também deveria ser seguido por gente conhecida como Bolsonaro, Nikolas Ferreira e tantos outros, políticos ou não. Dá até pro pessoal se cotizar e pagar um brasileiro que esteja divaldi nos EUA para cuidar disso.

Dependendo do andar da carruagem - não sabemos se o X voltará a ter representante aqui, se voltarão a ameaçá-lo para conseguir bloquear contas no exterior etc. - o serviço pode ter continuidade e ser usado para driblar a censura daqui em diante. Eles proíbem um assunto, mas o sujeito que administra a conta "do candidato" (ou "em homenagem ao candidato") desmoraliza os censores publicando tudo em Nova York.

Amigos até quando?

Se bem que eu acho que eles serão desmoralizados antes pelos próprios aliados. Refiro-me à "imprensa tradicional" e aos argumentos a que esta se agarra para tentar convencer o público de que continua tão importante quanto foi no passado.

Eles não falam do número de assinantes, que despencou. Falam do número de acessos via internet, o que deixa implícito que têm interesse em mantê-lo elevado. Acredito que isso explica por que é tão fácil burlar seus bloqueios de leitura. E por que permitem que as pessoas os critiquem à vontade no X - você entra para criticar, mas eles dizem que é para se informar com credibilidade e contabilizam sua entrada na coluna de ganhos.

Até quando esse pessoal vai suportar a queda no número de acessos? Ontem o Poder 360 resolveu seu problema, hoje será um diário do Sul, amanhã um de Minas... Alguns grandões já publicaram "notas de correspondentes", mas, mantidas as atuais proibições, acho difícil que eles não se vejam obrigados a publicar tudo no X a partir do exterior. E a censura será ridicularizada quando isso acontecer.

Divaldi no Rocha

Apesar da proximidade com "debalde", dizem que o correto é "de valde". Mas fica mais delicioso assim, como uma palavra só (como se fala), dita com o sotaque que vai mais ou menos de Rio Grande a Porto Alegre e aplicada a alguém que não está fazendo nada.

Outro lugar em que se encontra termos com o mesmo sabor é o Rio. É lá que está, por exemplo, o bairro Rocha, que conta com cerca de 9.000 moradores e possui o 59° IDH do município. A graça é o modo de se referir a ele como se fosse uma pessoa, pois se vem "do Rocha" ou se vai "ao Rocha".

Pois o sujeito não estava divaldi. Segundo a notícia de hoje estava trabalhando, só que sua atividade era roubar fios da rede elétrica. Descoberto e cercado pelos moradores que ameaçavam linchá-lo, subiu para os fios de alta tensão e passou a gritar para que chamassem a polícia. Tudo isso, naturalmente, no Rocha.