domingo, 8 de setembro de 2024

Escravo do sucesso

Agora que a temperatura se tornou uma questão política e o aquecimento ("causado pela atividade humana, segundo especialistas") é de esquerda, vale o antigo padrão: eles têm todo o direito de usar o termômetro a seu favor, os que deles discordam não.

Fez um frio de lascar durante várias semanas? Fez, mas isso não pode ser usado como prova de nada, gritam os jornais alinhados ao globalismo. Foi o contrário e esquentou? Os mesmos jornais dirão que isso não deixa dúvida de que caminhamos para a catástrofe se não seguirmos as sábias orientações de alguma agência da ONU.

A bola da vez é o verão europeu, que teria registrado temperaturas médias mais altas que em anos anteriores e "muito acima do padrão do período entre 1850 e 1900". Mas esse calor se concentrou no sul do continente, o norte teve um verão relativamente frio. Como se calcula essa média? E como ela era calculada no século 19 e quem definiu que a temperatura dessa época era a "normal"?

O pior é não atribuir o calor do elefante ao sol, mas às formiguinhas que correm em suas costas. Hoje é praticamente certo que o colapso das grandes civilizações da Idade do Bronze se deveu a uma mudança climática similar a que os catastrofistas anunciam, com calor, falta de água, décadas de péssimas colheitas etc. E ela foi causada por um El Niño especialmente forte, não pelas tochas que o pessoal acendia.

A exceção da esquerda é o Brasil. Aqui os atuais recordes de secas e queimadas são causados por fenômenos naturais. Como já eram nos recordes anteriores, também pertencentes ao expre. Só na época de Bolsonaro é que a culpa foi do homem. Não do homem ser humano, do homem que ocupava a presidência.

Públicos

Já contei o caso de Rosane de Oliveira, uma militante de redação típica, com marido aspone do PT e tudo o mais, que escrevia sobre economia na Zero Hora quando comecei a comentar no Disqus, na época do impeachment da Juju.

Quando a manifestação de abril de 2015 foi menor que a de março, ela disse que o apoio ao impeachment tinha diminuído. Quando a de agosto foi maior que a de abril, esqueceu desta e a comparou de novo com a de março. Quando a de dezembro levou muito pouca gente às ruas, Rosane declarou que o assunto estava encerrado.

É como se você desse uma goleada de 10x0 e a partir daí o outro time comemorasse cada vez que fosse humilhado por um placar menor. Ontem não foi diferente. Eu imaginava que não haveria tanta gente por fatores diversos, não porque alguém tenha mudado de ideia sobre a situação. Mas os petistas já anunciaram o fim do bolsonarismo, da extrema direita ou seja lá o que for.

Mas se é isso que conta, o que dizer deles, que mais uma vez foram para o confronto direto e não reuniram praticamente ninguém? Ah, esqueça, essa comparação o petista nunca faz. Isso é como o combate à ditadura, que não vale em Cuba e similares. É como o clima, que só deve ser citado de um lado do termômetro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário