quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Lanterna Verde ataca Lex

O Fluminense venceu a final com uma arbitragem muito contestada pelo Flamengo. À noite, o juiz da partida aparece na festa pó de arroz e, falando em nome da sua equipe, grita com orgulho: "Nós derrotamos o flamenguismo!" Seria um escândalo, motivo para, no mínimo, anular a partida.

Mas aconteceu aqui, na nossa última eleição para presidente, com a confissão do Barroso na UNE. No entanto, como os juízes dessa partida também apitam na vida comum, nada foi feito contra eles. Talvez porque faltasse uma prova ainda mais escandalosa como... sei lá, uma gravação dos envolvidos combinando suas falcatruas.

Pois não falta mais desde ontem, graças ao Verdevaldo e a Folha. Depois das suspeitas sobre a fraude direta nas urnas cujo resultado não pode ser auditado (ou parte delas), dos argumentos grotescos e dos inúmeros exemplos de parcialidade, agora nós sabemos detalhes do que rolava nos bastidores da liga da injustiça.

O certo seria afastar pelo menos o ministro diretamente envolvido e anular a eleição. Mas se chegarmos à primeira dessas coisas já será muito. Chegaremos? Não sei, isso depende de nossos políticos e outros fatores. Por enquanto, temos só a satisfação de esfregar a verdade na cara dos cínicos que fingiam não vê-la.

Diferenças para a Vaza Jato

A parceria Folha-Verdevaldo é a mesma, mas o resto... quanta diferença! Assim, antes que alguma inteligência sub-83 venha dizer que nós estamos sendo incoerentes ao criticar a Vaza Jato e dar crédito ao material de agora, vamos às principais.

Os arquivos da Vaza Jato são citados assim, no plural, porque se você perguntar onde está a parte em que Moro e Deltan combinam de forjar uma prova ninguém a apontará. Eles só continham diálogos normais de um processo. O material revelado ontem, ao invés, revela que denúncias eram falsificadas e fatos eram arranjados para se adaptarem a julgamentos previamente decididos.

Os arquivos da Vaza Jato são feitos de textos que, sem os celulares que conteriam os originais, podem ter sido inventados ou editados ao gosto do tal hacker e dos que depois os manipularam. No caso atual nós temos gravações de voz que podem ser periciadas. Um material não pode ser auditado, o outro pode.

Quanto ao futuro, quem leu as decisões dos ministros que descondenaram aquele criminoso sabe que eles se basearam na Vaza Jato, mas fizeram questão de negar oficialmente isso porque ela não oferecia base jurídica para o absurdo que cometeram. Desta vez o absurdo seria não corrigir as arbitrariedades cometidas.

Que moral tem o TSE?

Você pode dizer que os funcionários se sentem constrangidos em alguns momentos, mas fica claro que eles obedecem aos chefes mesmo sabendo que estes estão errados. Na hora do vamos ver, ninguém se arrisca a perder a boquinha. E se o que foi gravado é aquilo, imagine o que eles são capazes de fazer fora do ar.

É esse pessoal que persegue alvos escolhidos, e só de um lado do espectro político, que vai dizer o que é certo ou errado, o que se pode falar ou não? E seus colegas da área técnica nunca teriam sofrido pressões equivalentes de chefes desonestos e sucumbido a elas? Como se pode confiar em qualquer coisa que saia de lá?

Bem, sempre foi assim, sempre existiu o risco, só os sub-83 confiam cegamente em quem quer que se apresente como autoridade. Mas agora está escancarado. O Barroso não exigia provas de quem denunciava o que ele confessou? Pois elas estão aí. E esse log ele não vai poder apagar.

PS

Um detalhe interessante quando se fala em computadores: Eduardo Tagliaferro, que atuava a mando de Alexandre de Moraes nas malandragens do TSE, é perito computacional.

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