quinta-feira, 29 de agosto de 2024

De quatro em quatro

Não foram só a bandeira, o hino e as cores nacionais. Não foi só no Brasil. Segundo Chamil Jade, a terrível extrema direita também sequestrou a poderosa palavra "liberdade" a nível internacional. E Kamala, que já escolheu uma musiquinha com esse nome para sua campanha, vai agora resgatá-la.

Mas como é que os pérfidos direitistas conseguiram capturar uma palavra? Jamil explica que eles saíram dizendo que os países do Ocidente estão sob a ameaça de uma espécie de complô totalitário que procura controlar suas populações ao estilo descrito no famoso "1984" de George Orwell.

Tudo mentira, segundo o colunista. A questão é que os direitistas acham que o cidadão pode ter a opinião que quiser e dizer o que bem entender. Mas os governos têm a obrigação de proteger as pessoas de comportamentos e palavras indevidas, que cabe a quem pensa do jeito certo definir quais são.

Chamil reconhece que os radicais conseguiram convencer muita gente de que liberdade é liberdade para pensar e falar. Mas Kamala já começou explicando que eles são hipócritas porque se opõe à liberdade da mulher que quer matar o bebê em seu ventre sem sofrer nenhuma consequência, veja se pode uma coisa dessas.

E ainda tem a música da campanha, agora vai! Logo "liberdade" terá seu sentido adequado ao novo mundo controlado pelos bons que o rapaz do UOL tanto defende. Depois só faltarão as cores nacionais, a bandeira e o hino. Este em linguagem neutra, naturalmente, pois neste caso não há padrão a preservar.

Estamos chegando lá

Em seu esforço para libertar o país das palavras e ideias perigosas, nem as antigas normas os responsáveis por adequar o Brasil aos novos tempos precisam respeitar. Assim, ao invés das arcaicas citações judiciais, o ministro Moraes agora envia ameaças de fechamento ao X pelo próprio X.

E o tal do Elon Musk que se cuide. Ele que pergunte ao Mantovani se tiver dúvidas. Uma hora dessas o filho do ministro o encontra num aeroporto qualquer e lhe dá um safanão para ele aprender a respeitar a autoridade que, graças ao regimento interno do STF, tem jurisdição internacional.

De quatro

Chamil citou o 1984 quarenta anos depois daquela data. 40, 4+0=4. 1984, 1+9+8+4=22, 2+2=4. Repete-se o número que em algumas simbologias indica a animalidade, o aspecto mais grosseiro do ser humano. Pode ser coincidência, mas não deixa de ser uma referência ao gado que vibra com as arbitrariedades.

O Mantovani apanhou do filho do homem e foi perseguido no Brasil. O X em que os rebeldes contestam as sacrossantas autoridades pode ser fechado. E a Kamala ainda vai explicar que eles é que são livres. Hoje é dia de festa entre o rebanho da esquerda. Se eles tirarem o capim da boca podem até cantar o hino em linguagem neutra.


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