A gente nem lê a notícia direito se morrem 600 pessoas num desastre na China, mas se sente meio atingido se morre uma na sua rua ou seis relativamente perto dali. Sessenta então, nem precisa dizer. Com o clima chuvoso ajudando, o sábado começa marcado pelo acidente aéreo de ontem.
Mas vamos em frente, começando pelo desastre um pouco mais distante da Venezuela, onde todos sabiam o que os bolivarianos fariam e como eles contariam com a cumplicidade ativa do atual desgoverno brasileiro. Membro do Foro de São Paulo ajuda membro do Foro de São Paulo, ninguém solta a mão de ninguém.
Aos pouquinhos, depois de fingir surpresa e indignação com essa parceria, a parcela da imprensa igualmente cúmplice vai deixando de falar no assunto. Uma rara exceção tem sido o Demétrio Magnoli, que na Folha de hoje volta a criticar o Molusco e seu "enviado especial" Celso Amorim.
Como ele diz, bastaria o anão se encontrar com a líder da oposição venezuelana para o Maduro se sentir obrigado a pisar no freio. Porém o "mediador" faz de conta que a justiça está funcionando normalmente por lá, dando, juntamente com Colômbia e México, o respaldo de que Maduro necessita para concretizar seu golpe.
Na parte divertida do artigo, a referência a uma entrevista dada por Amorim a um "jornalista beija-mão". Pelo assunto, o jornalista deve ser o Kennedy Alencar, mas poderia ser outro qualquer. Desconfio que Demétrio já não é bem visto pelo colegas, deve estar ganhando fama de bolsonarista e defensor da extrema direita.
Involuntariamente divertido é o Merval, que critica, em O Globo, o baixo nível dos debates entre candidatos a prefeito. Seus destaques são o Pablo Marçal, cujo objetivo era mesmo que ficassem falando dele, e o velhinho da cabeçada em Teresina. Um extremista como o Boulos se candidatar ele acha normal.
Mas a graça é um integrante da GloboNews se sentir no direito de criticar o nível de alguém. Falta um bom espelho na casa do Merval. Vai ver que é por isso que ele, que acorda cedo e não acende a luz para não incomodar a esposa, sempre acaba pegando a calça de uma cor e o paletó de outra.
Dia de decisão
Fazendo campanha de Itália, que sempre que chega lá começa muito mal, o futebol feminino tem hoje a chance de conquistar uma última medalha de ouro para o Brasil. Vamos ver se elas continuam freguesas da americanas ou se o problema era só com a Marta, que deve pelo menos começar como bancária.
Não deixa de ser um bom programa para um sábado chuvoso.
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